Em meu estado natal, o Texas, o governador Greg Abbott emitiu um decreto impedindo distritos escolares independentes de obrigar as crianças a usar máscaras na escola. Um juiz estadual, porém, suspendeu a medida e agora as principais instituições de ensino do Texas estão implementando regras sobre o uso de máscaras por parte das crianças e funcionários. Mas, em vez de tentar criar um espaço de aprendizagem higienizado, as escolas deveriam se concentrar no bem-estar dos alunos. Agora, mais do nunca, é necessária uma abordagem integralmente voltada para os resultados dos estudantes.
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Os estudantes não se saíram bem academicamente durante a pandemia. Quase todas as pesquisas e avaliações mostram que o fechamento de escolas e a aprendizagem híbrida não foram produtivas para as crianças. O New York Times relatou no mês passado que:
“Os alunos do ensino fundamental nos Estados Unidos terminaram o ano letivo de 2020-21 com um atraso de desempenho de quatro a cinco meses, de acordo com um relatório da consultoria McKinsey & Co., divulgado na terça-feira. Segundo o relatório, o atraso foi ainda maior entre os alunos mais vulneráveis.” .
Até mesmo os estudantes universitários se saíram mal durante a pandemia. Uma pesquisa com alunos de graduação descobriu que eles consideravam sua experiência na faculdade virtual muito ruim.
A partir de uma escala, onde 5 representava “excelente” e 0 era equivalente a “fraco”, os estudantes avaliaram a qualidade do ensino de graduação durante a pandemia. Apenas 7% deles classificou o ensino como “excelente”. Três vezes mais alunos (19%) optou pela extremidade oposta, considerando o ensino no período como “fraco”. E quase metade dos alunos (47%), considerou o ensino como “razoável” ou “fraco”. Não há como negar que são péssimos resultados.
Tendo eu mesmo participado de aulas virtuais, posso atestar pessoalmente o fato de que aprender online é muito mais difícil do que com aulas presenciais. Mas, embora os problemas acadêmicos com a aprendizagem virtual tenham recebido uma boa quantidade de atenção das autoridades, os efeitos que isso, aliado às regras sobre uso de máscaras, podem ter no desenvolvimento social das crianças permanecem relativamente subestimados.
A maior parte da interação humana ocorre de modo não verbal. Em qualquer lugar, de 70% a 93% da comunicação não é falada. É por isso que se alguém não conhece o contexto de uma conversa é muito difícil para ela entender o que realmente está sendo dito. As interações humanas tornam-se mais sutis à medida que envelhecemos e, sem a socialização adequada, a comunicação interpessoal se torna mais difícil. Uma boa comunicação é absolutamente crucial para relacionamentos saudáveis - a má comunicação é o principal motivador do divórcio, por exemplo. Portanto, há um perigo real em mascarar as crianças e todos ao seu redor durante seus anos de formação porque as priva do principal meio de comunicação não verbal: a face.
Independentemente da idade, os seres humanos são criaturas sociais; estamos constantemente procurando por pistas não verbais e buscando a afirmação de outras pessoas. Isso é especialmente verdadeiro para crianças do ensino fundamental, que estão apenas começando a aprender como interagir com seus colegas e professores. Se todos usarem máscaras, essas interações serão mais difíceis e o desenvolvimento social da criança pode ser prejudicado.
Minha posição não é que devemos ignorar dados de saúde pública ou desempenho acadêmico. Nem é preciso dizer que devemos, sim, prestar atenção ao aumento do número de Covid-19 e à maneira como as crianças estão ficando para trás nos estudos. Mas não podemos esquecer que a escola é importante também por razões não acadêmicas, e que a obrigatoriedade do uso de máscaras pode trazer problemas reais no longo prazo.
© 2021 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês
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