Embora não tenha aumentado a quantidade de pessoas que bebem álcool no Brasil, aqueles que já ingeriam estão bebendo mais e com mais frequência. As mulheres, especialmente as mais jovens, são responsáveis pelos maiores índices de aumento, no comparativo entre os anos de 2006 e 2012. Os dados constam do 2.º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado ontem por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Foram entrevistadas 4.607 pessoas com 14 anos ou mais em 149 municípios brasileiros. Houve um aumento expressivo do "beber em binge", que é quando a pessoa ingere de 4 a 5 doses em um período de menos de duas horas. Entre 2006 e 2012, houve um aumento de 31% nessa forma de consumo. Novamente as mulheres estão na frente: o crescimento entre elas foi de 36% (entre os homens, houve aumento de 29,4%). "Metade da população não bebe, isso desmistifica aquela ideia de que todo mundo bebe. O que preocupa nesses resultados é que aumentou em 20% o consumo na outra metade", diz o psiquiatra e professor Ronaldo Laranjeira, um dos autores da pesquisa.
Lei Seca
Um dos resultados positivos da pesquisa realizada pela Unifesp é que, depois que a Lei Seca entrou em vigor, caiu 21% o número de pessoas que relataram ter bebido e dirigido no último ano o que demonstra uma tendência de diminuição desse hábito. A pesquisa revela também a percepção do aumento na fiscalização.
O dado mais preocupante, contudo, é que um em cada quatro entrevistados acredita que não há problema em dirigir no momento dos primeiros efeitos de embriaguez.
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