Assaltantes agem na saída de bancos

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O aumento da segurança dentro dos bancos pode estar trazendo mais riscos para os clientes quando eles saem da porta para fora. "Como hoje quase todas as agências têm detector de metal e outros instrumentos de segurança, os assaltantes preferem esperar a pessoa sair do banco e segui-la", afirma o delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, Rubens Recalcatti. Segundo ele, embora não haja estatísticas confiáveis sobre o assunto, nos últimos dois anos é possível perceber que aumentou significativamente o número de casos do gênero.

De acordo com o delegado, os assaltos a clientes hoje normalmente ocorrem dentro de um esquema já conhecido. Primeiro, alguém vigia os clientes ainda dentro da agência, tentando identificar saques de grande valor. Em seguida, avisa os parceiros que estão na rua, por telefone, para seguirem a pessoa. Do lado de fora, duas pessoas, normalmente em uma moto, vão atrás da vítima. Só quando a pessoa chega à porta de casa ou do trabalho é que acontece a abordagem. "Dificilmente eles atacam perto do banco", conta Recalcatti.

Em Curitiba, o delegado diz que, por outro lado, não são mais comuns os assaltos a banco tradicionais. "Em 1995, chegamos a ter sete assaltos a banco em um único dia", comenta. Neste ano, de acordo com informações da Polícia Civil, houve quatro assaltos a banco de janeiro a maio na capital.

Os assaltos na saída de bancos e as condições de segurança dentro das agências serão temas discutidos hoje em um seminário especialmente voltado para a segurança bancária. "Temos de ver como proteger o cliente e também os bancários, que ainda continuam expostos a riscos", afirma Marisa Stédile, presidente do Sindicato dos Bancários do Paraná, que em parceria com o Sindicato dos Vigilantes organiza o seminário.

De acordo com Marisa, entre os grandes bancos, apenas o Unibanco continua resistindo a implantar a porta giratória com detector de metais. O banco tem uma liminar judicial garantindo que pode trabalhar sem o aparelho. O sindicato acredita que a eficiência do equipamento no combate aos assaltos já foi comprovada e que a ausência do detector somente aumenta os riscos para os bancários.

Até 2004, o Bradesco também mantinha suas agências sem a porta com detector. No entanto, depois de um assalto em uma agência no Juvevê em que um cliente foi assassinado, o banco reviu sua decisão e implantou o equipamento. "Somos favoráveis inclusive a uma porta deste gênero na sala de auto-atendimento dos bancos, onde ficam os caixas automáticos", diz Marisa. Segundo ela, nessas salas o único equipamento de segurança acaba sendo a câmara de vídeo.

Serviço: o Seminário Nacional de Segurança Bancária ocorre hoje, a partir das 8h30, no auditório do Senge, no Shopping Itália, que fica na Rua Marechal Deodoro, 630, 22.º andar. A entrada é franca e não é necessário fazer inscrição. Mais informações pelo telefone (41) 3015-0523.