O número de assaltos a residências em Curitiba por semana triplicou no último mês, de acordo com dados da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). Segundo o delegado-titular da DFR, Rubens Recalcatti, até setembro apenas uma ocorrência era registrada a cada semana e de outubro para cá, os casos semanais saltaram para três. "Não há um motivo especial para o fato. Acredito que a chegada do fim do ano faça com que os criminosos tentem conseguir mais dinheiro", explica.

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Os bairros da capital com o maior número de ocorrências são Barreirinha, Santa Felicidade, Bom Retiro e Boa Vista, todos na região norte de Curitiba. "São quadrilhas diferentes que vêm agindo em regiões que não costumavam ser tão visadas", conta o delegado. Geralmente, esse tipo de crime segue um roteiro que possibilita aos investigadores estabelecer os perfis da modalidade e dos criminosos.

Na maioria dos casos, o grupo de assaltantes é formado por até quatro indivíduos armados. São pessoas que há algum tempo já acompanham a rotina das residências, buscam conhecer a região e identificar quantas pessoas moram lá, quem são elas e a que horas saem. Quando agem, costumam trancar as vítimas em algum cômodo da casa enquanto buscam dinheiro, jóias e outros objetos de valor como veículos e aparelhos eletrônicos.

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O último assalto em Curitiba, ocorrido na semana passada, no bairro São Lourenço, despertou a atenção dos investigadores. Ao receber uma cesta de flores no portão de casa, uma família de classe média-alta foi rendida por um homem que se escondia na garagem. Enquanto todos foram presos no banheiro, o bandido seguiu instruções passadas por celular, recolheu bens de valor e fugiu com o carro da família. "Esse método não é comum, embora já tenhamos registrado cinco casos semelhantes envolvendo pessoas que se identificam como entregadores e até carteiros", conta Recalcatti.

Para o consultor em segurança pessoal e patrimonial, Jorge Lordello, é preciso ficar bastante atento quando uma pessoa estranha toca a campainha ou bate palma para pedir auxílio. "O desconhecido costuma dar uma desculpa, pedindo uma pequena ajuda e quando o morador vai ajudá-lo é rendido. Não se faz favor na porta de casa", alerta. Pequenos cuidados podem evitar transtornos, como a instalação de grades, cerca eletrificada e sensores eletrônicos no interior de casa e no muro. "Ter cachorro no quintal já é um método ultrapassado", considera.

Além disso, algumas mudanças de hábito podem ser adotadas. As pessoas devem ter caulela quando chegam em casa e observar se há pessoas e veículos suspeitos por perto. Outra dica é evitar conversas fora de casa, o que pode despertar a atenção de criminosos. E, o mais importante, jamais reagir.