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Violência

Assaltos “explosivos” têm alvo certo

Sem sossego: agência bancária da colônia Castrolanda, nos Campos Gerais, foi alvo de ataque no dia 25 de agosto | Josué Teixeira/Gazeta do Povo
Sem sossego: agência bancária da colônia Castrolanda, nos Campos Gerais, foi alvo de ataque no dia 25 de agosto (Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo)

Com efetivo policial reduzido, as pequenas cidades do Paraná estão à mercê das quadrilhas que usam explosivos para atacar agências bancárias e arrombar caixas eletrônicos. A cada quatro dias deste ano, um município paranaense com menos de 20 mil habitantes foi vítima das chamadas "gangues da dinamite". Os números – compilados pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região (Sindivigilantes) – revelam a migração deste tipo de crime para o interior do estado: enquanto os grandes centros registraram 30 casos, as cidades menores concentraram 61 ocorrências.

A nova dinâmica das quadrilhas tira a tranquilidade de cidades que até então eram consideradas pacatas, principalmente no Norte do estado, onde se localiza um terço dos pequenos municípios vítimas de ataques. Caso de Alvorada do Sul, onde dois policiais em serviço chegaram a ser trancados dentro do destacamento enquanto bandidos detonavam os terminais de uma agência. Já Santa Fé e Bom Sucesso foram alvos dos assaltantes em três ocasiões distintas.

"São casos que nos deixam extremamente preocupados, porque requerem uma resposta rápida por parte do Estado", diz o presidente do Sindivigilantes, João Soares.

As próprias autoridades reconhecem que a vulnerabilidade dessas cidades tem atraído as gangues da dinamite. Via de regra, os municípios menores contam com efetivo de quatro ou cinco policiais militares, com dois deles se revezando por turno.

"Por causa dessa fragilidade e com essa estrutura, é praticamente impossível cobrir todos os municípios. Seria impossível para qualquer polícia", avalia o delegado Edward Figueira Ferraz, que há 25 dias assumiu o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil.

O chefe do Cope explica que vai priorizar o serviço de inteligência. Um delegado especial será designado exclusivamente para apurar ataques das gangues da dinamite, centralizando as informações em um banco de dados, que serão cruzados sob diversos filtros, na tentativa de identificar as quadrilhas. Responsável por ações preventivas (antes que os ataques ocorram), a Polícia Militar foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou.

Para os sindicatos, as ações serão paliativas se não houver a ampliação imediata do efetivo policial. "Os bandidos chegam em seis ou sete, sempre armados. Os dois policiais que estão em serviço vão fazer o quê? Se não aumentar o número de policiais, o problema ficará insolúvel", aponta Soares.

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