Assaltos mudam hábitos de padarias de Curitiba

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Quem deixa para comprar pão depois das 20 horas em Curitiba nem sempre vai encontrar uma padaria aberta no caminho de casa. O medo dos assaltos está fazendo com que muitos comerciantes fechem mais cedo. Mas nem durante o dia eles estão seguros.

Na manhã desta quinta-feira (15), os funcionários de uma padaria levaram um susto quando ladrões entraram no local se fazendo passar por clientes. Conforme mostram as imagens do circuito interno, primeiro entra um rapaz de casaco vermelho, que é menor de idade. Depois, chega um de camiseta vermelha e outro de blusa e boné pretos. Eles vão para o fundo da padaria e logo voltam, já com armas nas mãos. Eles tiraram dinheiro do caixa, levaram cigarros e produtos do balcão. Também assaltaram os fregueses.

Depois que os bandidos saíram, houve correria dentro da panificadora. A polícia estava do lado de fora, pois um cliente conseguiu avisar PMs que passavam pela rua. Os ladrões trocam tiros com a polícia. Dois foram presos e um fugiu.

O Sindicato da Panificação não tem estatísticas sobre o número de assaltos a padarias em Curitiba porque muitos comerciantes não procuram a polícia, mas algumas mudanças de hábito dão ideia da gravidade do problema. A mais evidente delas é que ninguém mais trabalha tranquilo. Medo e desconfiança viraram parte da rotina.

"Não pode entrar com capuz, não pode entrar com boné, não pode entrar com capacete, que a gente já fica de olho", disse o dono de padaria Wilson da Silveira ao Paraná TV 2ª Edição.

Quem pode, gasta com vigilância. Mesmo com câmeras e seguranças do lado de fora, o proprietário de padaria Wilson Borba não evitou um arrombamento no ano passado. "A gente poderia ter um funcionário a mais de repente até para atender melhor, fazer um algo a mais, mas a gente tem que investir em segurança", desabafa Borba.

Os assaltos também trouxeram o receio de trabalhar a noite. Muitos comerciantes estão fechando as portas mais cedo. "Eu quando comecei no setor, trabalhava das 6h até a meia-noite. Esse horário vem diminuindo", afirma o presidenteo do Sindicato da Panificação, Joaquim Gonçalves.