Reserva e Curitiba – O presidente licenciado da Câmara de Reserva, na Região Central do estado, Flávio Hornung Neto, obteve segunda-feira liminar impedindo sua prisão preventiva pelo assassinato do presidente do PC do B na cidade, Nelson Renato Vosniak, há 18 dias. O habeas corpus foi expedida pelo desembargador Jesus Sarrão, do Tribunal de Justiça (TJ).

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O motivo, alega Sarrão no despacho, seria o fato de que Hornung "estaria a sofrer constrangimento ilegal". Logo após o assassinato, moradores de Reserva ameaçaram agredir o assassino confesso de Vosniak.

O advogado da família Vosniak, Luiz Carlos Bortoletto, tenta hoje derrubar a liminar. Ele vai se reunir com a juíza de Reserva, Daniela Flávia Miranda, para que a prisão preventiva de Hornung seja reestabelecida. "Esse tipo de decisão abre espaço, principalmente no interior, para que pessoas que cometeram o mesmo crime fiquem soltas", argumenta.

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Bortoletto tenta também convencer o delegado-chefe da divisão do interior, Luiz Alberto Cartaxo Moura, a permitir que uma das principais testumunhas do caso, o repórter Giovani Welp Pinto, preste depoimento fora de Reserva. Giovani, que trabalhava em um jornal da cidade bancado pelo presidente do PC do B, era um dos ocupantes do carro de Vosniak no momento do crime. Ele levou dois tiros de Hornung e ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por 11 dias. Com dificuldades para falar, em função de um tubo de traqueostomia, o repórter passou por uma cirurgia e deve passar por outra para retirar uma bala no ombro direito.

Ainda assustado, o rapaz de 21 anos relembra os momentos de pânico que viveu. "Abri a porta do carro, corri duas quadras todo ensangüentado e pedi ajuda em uma casa. Fiquei lá até uma ambulância chegar", recorda.

Giovani pode prestar depoimento em uma delegacia longe de Reserva na semana que vem. "Ir para Reserva está fora de cogitação. Lá eu não volto nunca mais", afirma.

O depoimento ainda é aguardado pelo delegado da cidade, Wallace Brito, que investiga o caso. Além do depoimento, o delegado espera o resultado das perícias feitas no carro e a comprovação de que os tiros partiram da arma entregue por Flávio um dia após o assassinato. De acordo com Brito, o inquérito será concluído apenas no prazo final, 15 de fevereiro.

Protesto

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A viúva de Vosniak, Maria Fabiane Zampieri, teme que o caso fique sem punição. "A gente não aceita essa impunidade. É o maior absurdo o Flávio continuar solto", diz. A intenção de Maria é realizar uma manifestação no dia 16 de fevereiro, data da primeira sessão da Câmara no ano.

A viúva teme que os culpados não paguem pelo que aconteceu. "A intenção deles é de que o Flávio não seja punido e que assuma normalmente a presidência da câmara daqui alguns meses."