Vítimas foram assassinadas nesta casa, em condomínio de São José dos Pinhais| Foto: Felippe Aníbal/ Gazeta do Povo

Advogados estavam casados há apenas 45 dias

Os advogados Piaceski e Lidiane eram casados havia aproximadamente 45 dias. Marli era agente de apoio da Polícia Civil de Matinhos, e estava em São José dos Pinhais para visitar o filho, aproveitando que nesta terça-feira é feriado na cidade do Litoral.

O irmão de Piaceski e filho de Marli, Erickson Piaceski, esteve no local do crime junto com a polícia e chegou a ver os corpos dos familiares. Na tarde desta terça, ainda sob o impacto do caso, ele ajudava familiares a limpar a casa. Segundo ele, o irmão era um homem benquisto por todos e não tinha inimigos.

O morador do condomínio Alcides Silva era amigo de Piaceski e o descreveu como uma pessoa de fácil convivência e um ótimo vizinho. "Este crime surpreendeu a todos os moradores. Agora, precisamos rever pontos que diz respeito à segurança do condomínio", disse. Ainda nesta terça, os moradores fariam uma reunião para discutir medidas que possam ser adotadas para ampliar a segurança no local.

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Vítimas foram mortas a tiros

Condomínio onde se encontra a residência em que as vítimas foram assassinadas
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Os autores de um triplo homicídio, ocorrido na noite de segunda-feira (28), no bairro Borda do Campo, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, tinham a senha de acesso ao condomínio de classe média, onde o crime aconteceu. É o que aponta o delegado Osmar Dechiche, responsável pelas investigações. Os assassinatos aconteceram no Condomínio Morada do Sol – que reúne pequenas chácaras – cuja entrada só é liberada depois de digitada no porteiro eletrônico uma senha de seis números e duas letras.

Na residência do lote número 52, foram executadas três pessoas de uma mesma família. O advogado criminalista Teomar Piaceski, de 38 anos, foi morto com dois tiros na face. A mulher dele, Lidiane Cristine Cortes Muhlstedt, de 28 anos, que era advogada trabalhista, também foi assassinada com dois tiros. A mãe de Piaceski, Marli Salete Jacob Muller, de 54 anos, morreu depois de ter sido atingida por dois disparos: um na cabeça e outro na mão.

As investigações apontam que os criminosos entraram no condomínio em um carro – cujo modelo não foi divulgado pela polícia – e se dirigiram ao lote onde fica a residência das vítimas. Os autores do crime teriam entrado com o veículo na garagem da propriedade e, por isso, a polícia pressupõe que alguém abriu o portão da casa para que os assassinos entrassem.

Os corpos foram encontrados na manhã desta terça-feira (29) pela empregada doméstica da família, quando ela chegou para trabalhar. Entretanto, as investigações apontam que o crime deve ter acontecido por volta das 20h30 de segunda-feira. Vizinhos do lote das vítimas informaram ter ouvido uma série de disparos, mas acreditaram ser som de fogos de artifício, em comemoração à vitória do Brasil na Copa do Mundo.

Execução

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Segundo o delegado, Piaceski foi assassinado no quarto do casal e o corpo do advogado estava recostado à parede. As duas mulheres foram mortas na cozinha. Segundo familiares das vítimas, Lidiane estava com uma cuia de chimarrão nas mãos, o que indica que elas foram pegas de surpresa pelos criminosos.

Na casa, foram encontradas cinco cápsulas deflagradas de arma calibre 45 e uma intacta de calibre ainda não identificado. Segundo Dechiche, é possível afirmar que o triplo homicídio foi cometido por mais de uma pessoa. Na avaliação do delegado, os tiros foram disparados por pessoas que têm habilidades com armas de fogo e o crime tem todas as características de execução. "Isso porque os tiros acertaram em pontos letais das vítimas. Foi um crime cometido com muita perícia pelos assassinos", disse.

O delegado informou que a polícia tem suspeitos, mas que não pode revelar mais detalhes para não prejudicar as investigações. Vizinhos das vítimas foram ouvidos e a polícia também realizou outras diligências. O condomínio não é equipado com câmeras de segurança.