Celso Eidt, de 38 anos, um de uma centena de moradores que estão acampados nas calçadas da Rua João Dembinski, no Fazendinha, em Curitiba, foi morto com cerca de 15 tiros, por volta das 21 horas desta quarta-feira (5). De acordo com os sem-teto e familiares, três homens encapuzados invadiram o barraco onde Celso estava e fizeram os disparos. A vítima morreu na hora.
A polícia confirma a versão dos familiares. Segundo o irmão do assentado morto, Zeno Eidt, a vítima teria ido buscar água pela manhã no terreno de onde os sem-tetos estavam acampados antes da reintegração de posse, invasão ocorrida no mês passado. Pela versão da família, Celso Eidt teria sido expulso da propriedade por um segurança sob a mira de uma arma. "Voltaram à noite para terminar o serviço", disse Zeno, que estava ao lado de Celso no momento da execução.
Os atiradores fugiram em um veículo Golf, de cor prata. Segundo os moradores, a morte de Celso foi uma represália a atitude do assentado de tentar buscar água no terreno anteriormente invadido. "Ele que organizava a instalação de luz nos barracos e buscava água para o povo fazer comida. Ele era um cara teimoso e quiseram acabar com ele", disse o sobrinho de Celso, Maicon Eidt.
De acordo com a Polícia Militar, Celso teria passagem pela polícia do Rio Grande do Sul por crime de homicídio. A família da vítima nega. "Ele nem sequer morou no Rio Grande do Sul. Isso é uma grande mentira, uma invenção", disse Maicon. "Ele era um homem trabalhador", afirmou Zeno. Celso era separado e tinha uma filha de nove anos. A Delegacia de Homicídios vai investigar o caso.
Os sem-teto que estavam acampados em volta do terreno no Fazendinha lutam para que a prefeitura os transfiram para algum lugar apropriado. As famílias realizaram um protesto no início da noite desta quarta-feira (5). Os manifestantes são contrários a decisão da Justiça que expulsa todos os sem-teto do espaço público. O protesto começou às 18h e terminou por volta das 19h. Cerca de 30 pessoas participaram da manifestação.
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