Uma assinatura "fantasma" foi descoberta, nesta quarta-feira (12), na proposta de emenda à Constituição do Paraná que proíbe a prática do nepotismo no estado, de autoria do deputado estadual Tadeu Veneri (PT). Com isso, o número de assinaturas do projeto caiu para 17, que teve a tramitação paralisada na Assembléia Legislativa do Paraná.
A emenda, que proíbe a contratação de parentes em até terceiro grau para cargos comissionados na esfera estadual e municipal paranaense, precisava da assinatura de 18 deputados. Porém um deles, que aparece na relação, o deputado Edgar Bueno (PDT), negou que tenha assinado a proposta. Este é o segundo "fantasma" descoberto na AL nesta semana. Na terça-feira (11), a Casa apresentou o resultado da sindicância que identificou a existência de uma funcionária "fantasma": Verônica Durau Rodrigues.
"Embora tenha duas vezes a mesma assinatura, o deputado disse que não é dele. Acredito que ele não esteja usando de má fé. Foi um erro da Mesa Executiva que identificou erroneamente a assinatura como sendo de Bueno", declarou o autor da emenda, o deputado Tadeu Veneri. "Cabe agora à Mesa identificar de quem é a assinatura para resolvermos este mistério", disse Veneri.
O presidente da Assembléia, Nelson Justus (DEM) decidiu interromper a tramitação da emenda até que apareça o dono da assinatura.
O líder do governo na AL, o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), foi quem levantou a suspeita sobre a assinatura. Após uma recontagem dos apoios à emenda, pediu à Mesa Executiva para barrar o processo por falta do número mínimo de apoios. Romanelli é contra a proposta de criar uma lei estadual proibindo a contratação de parentes nos três poderes.
Por sua vez, o deputado Edgar Bueno reforçou que não assinou nem vai assinar o requerimento porque é contra "a exploração maquiavélica que fazem em torno dessa polêmica".
Veneri afirmou que tinha a expectativa de que o projeto tramitasse normalmente pela AL, como isso não aconteceu, vai aguardar o fim da investigação para descobrir de quem é a falsa assinatura para poder voltar a apresentar o projeto. "Enquanto não se descobre quem assinou a emenda vou tentar novos apoios, pois vou precisar de mais de 18 deputados para que o projeto seja aprovado", finalizou o deputado petista.