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Presidente da Associação Pró-vida – Anápolis-GO, Padre Luiz Carlos Lodi.
Presidente da Associação Pró-vida – Anápolis-GO, Padre Luiz Carlos Lodi.| Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A Associação Pró-Vida de Anápolis informou nesta sexta-feira (19) que teve as contas bancárias oficialmente bloqueadas, após decisão da Justiça de Goiás, no âmbito de uma ação em que o padre e líder da associação, Luiz Carlos Lodi da Cruz, foi condenado a indenizar uma mulher por tê-la impedido de abortar. Como a indenização não foi paga, a Justiça determinou o bloqueio dos bens da associação.

Segundo a instituição, que acolhe e presta assistências às mulheres em tentação de praticar um aborto, "todas as contas bancárias" sofreram um "bloqueio judicial". A informação foi confirmada à Gazeta do Povo pelo padre Lodi.

"Tudo o que for depositado nelas será penhorado on-line. Não façam mais doações em depósito, transferência ou PIX", diz o comunicado da associação.

O sacerdote informou que eles recorreram da decisão no Tribunal Superior de Justiça (STF) e no Supremo Tribunal Federal (STF), mas "a execução provisória prossegue".

O bloqueio das contas da associação ocorreu um dia após a participação do Padre Lodi, no lançamento da Frente Parlamentar Mista Contra o Aborto e em Defesa da Vida, na Câmara dos Deputados. Ao discursar no evento, o sacerdote relatou o processo e a perseguição que sofre por atuar em defesa dos nascituros e mencionou que as contas ainda não tinham sido bloqueadas, apesar da decisão da justiça.

Nesta sexta (19), Padre Lodi disse à Gazeta do Povo que o motivo do "bloqueio judicial" é referente a um caso de 2005, quando ele era estudante de Direito, em que ele "impetrou com sucesso um "habeas corpus" em favor de uma criança (Geovana) com síndrome de "body stalk", já condenada à morte por um alvará para abortamento".

"As feministas instrumentalizaram os pais da crianças para ajuizarem uma ação de reparação de danos (morais) por não terem podido abortar a sua filha. O fato de eles terem sido obrigados a deixá-la nascer, dar lhe um nome, um registro em cartório e uma sepultura digna (ela morreu uma hora após o nascimento) teria gerado uma grande dor, que poderia ser amenizada por uma indenização", disse.

Em 2008, o casal ingressou com uma ação contra o padre por danos morais. Em 2020, o STF confirmou uma decisão do STJ que condenou o padre a pagar R$ 398 mil ao casal.

"Fui condenado pelo STJ, mas como não encontraram bens penhoráveis comigo, resolveram argumentar que a instituição a que pertenço - o Pró-Vida de Anápolis - era um lugar onde eu abrigava ocultamente o meu patrimônio. O TJGO, sem nenhuma prova, aceitou a argumentação e resolveu executar também o Pró-Vida", explicou o Padre Lodi.

De acordo com os cálculos do TJ-GO, o valor atualizado da indenização é de pouco mais de R$ 581,1 mil.

Este não é o único caso em que o padre Lodi foi condenado por se opor ao aborto. Em março de 2023, o sacerdote foi condenado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE) a pagar indenização de R$ 10 mil a um médico que ele chamou de assassino.

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