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"Guerrilha midiática"

Associações de rádio, TV e imprensa repudiam ação do Sleeping Giants contra Jovem Pan

Sleeping Giants Brasil promove campanha intimidatória direcionada a anunciantes do grupo Jovem Pan (Foto: Reprodução )

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Associações de rádios e televisão repudiaram as ações de intimidação e perseguição política encabeçada pelo grupo denominado Sleeping Giants Brasil contra a Jovem Pan, em nota divulgada nesta quarta-feira (22). O grupo de ativismo, de viés político de esquerda, é conhecido por intimidar anunciantes para tentar retirar do mercado veículos de comunicação dos quais diverge politicamente.

As ações consistem em usar a conta do grupo nas redes sociais para marcar perfis de empresas que anunciam nos veículos de comunicação pressionando-os para que retirem os anúncios sob pena de serem constrangidas e expostas, aumentando a rejeição à marca, caso não cedam à intimidação. A Gazeta do Povo já foi alvo do grupo em 2020. Desde o final do ano passado, o Sleeping Giants faz uso de fake news para atacar o grupo Jovem Pan.

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Na nota das entidades, a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) manifestou preocupação com as campanhas feitas pelo grupo de ativismo político. A Abratel afirmou que “defende que o exercício do direito de informação, da pluralidade de ideias e da liberdade de expressão são pilares fundamentais da democracia e devem ser garantidos a todos os meios de comunicação social”. Segundo a associação, as divergências devem ser mantidas nos debates e é importante haver o respeito às instituições e à Constituição.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) também disse que acompanha, com preocupação, a ação de boicote do Sleeping Giants Brasil. “Trata-se de inequívoca ação de intimidação que tem por finalidade o enfraquecimento econômico de veículos de comunicação, com graves repercussões e prejuízos a diversos profissionais de imprensa que exercem legitimamente a sua atividade profissional”, informou a Abert. A associação também destacou que esse não é o caminho da liberdade de expressão e de imprensa.

Já a Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Aesp) disse que repudia os ataques aos veículos de comunicação. “Tais ações trazem graves consequências, pois ferem a liberdade de expressão e de imprensa, constitucionalmente asseguradas, além de causar diversos prejuízos ao setor, aos profissionais da imprensa livre e ao ouvinte/telespectador, impactando diretamente na manifestação do pensamento, da criação, da expressão e da informação”.

A Associação Paulista de Imprensa foi outra a se manifestar contra a conduta do grupo de ativismo. Segundo a entidade, “sob a capa da defesa da democracia” o Sleeping Giants pratica censura nas redes sociais. “É necessário dar-se um basta definitivo a este tipo de guerrilha midiática que, além de arruinar vidas e reputações, provoca também um desequilíbrio na própria economia do país”, disse. Ainda, a associação pediu que as autoridades, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, tomem as medidas cabíveis para que cessem as ações contra os veículos de comunicação.

Veículos alinhados à esquerda nunca foram alvos do grupo 

O grupo anônimo, embora já tenha se autointitulado politicamente imparcial, já perseguiu diversos veículos de comunicação, nenhum deles com linha editorial de esquerda.

Em 2020, o grupo fez uma campanha para constranger os anunciantes da Gazeta do Povo. Os ataques à Gazeta e a seus anunciantes começaram após o jornal informar que não afastaria o colunista Rodrigo Constantino, envolvido em uma falsa acusação de apologia ao estupro.

Já o ataque à Jovem Pan, segundo a Revista Oeste, já teria sido responsável pela retirada de mais de 50 anunciantes do grupo de comunicação. Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo já disseram que o movimento põe em risco a liberdade de expressão, além de cometer atos ilícitos.

O Grupo Jovem Pan, em nota, também condenou os ataques e reforçou o compromisso com a liberdade de imprensa. “Retirar falas de entrevistados e comentaristas de contexto e criar falsas narrativas sobre o posicionamento editorial da empresa é um método condenável, que ultrapassa limites éticos”, ressaltou. Ainda, “ameaçar empresas e seus clientes é uma tentativa inadmissível de regulação de mídia imposta de forma terrorista, chantagista e marginal a lei”, diz o grupo.

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