Enquanto outras atrações turísticas foram revitalizadas para as conferências da ONU que ocorrem este mês em Curitiba, um velho problema ambiental continua sem solução: o assoreamento do lago do Parque Barigüi. O desconforto, que incomoda usuários e turistas, já tem quase dez anos e o mau cheiro piora em alguns dias, de seca ou de calor, como nesta quarta-feira.
Desde 1986, a prefeitura realiza trabalhos de dragagem no lago. Com o decorrer dos anos, as dragagens tiveram que ser feitas em espaços de tempo cada vez mais curtos. O problema, no entanto, nunca foi resolvido efetivamente. E para que ocorra uma solução, os curitibanos terão que esperar pelo menos mais dois meses.
"É lamentável, tem cheiro de esgoto", afirma a médica, Soraya Carvalho, de 25 anos, freqüentadora assídua do parque. Opinião que é compartilhada pela funcionária pública, Márcia Pastana, de 33 anos. "O parque é tão bonito, mas isso é horrível, acho que desistiram de tentar arrumar", diz.
De acordo com o secretário municipal do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, a questão não foi esquecida pela prefeitura e nem se trata de serviço mal feito. No entanto, dragagens não devem mais ser realizadas no local, pelo menos por enquanto. "É jogar dinheiro pelo ralo", diz. Segundo ele, o custo da obra feita há dois anos foi de R$ 800 mil e não representou resolução efetiva do problema. "Um ano depois estava tudo igual", diz.
Andreguetto explica que para contornar a situação um estudo foi iniciado em janeiro e deve ser finalizado em 70 dias. "Só vamos tomar uma decisão sobre o que fazer depois das conclusões do estudo", explica.