Moradores lindeiros ao Parque Nacional do Iguaçu, área de 185 mil hectares situada no Extremo Oeste paranaense, estão preocupados com uma onça-pintada solta no interior da reserva, na região de Santa Tereza do Oeste, município situado a 23 quilômetros de Cascavel. O felino, um macho de 60 quilos e aproximadamente quatro anos, começou a matar animais domésticos das propriedades vizinhas ao parque. O mais recente ataque ocorreu no último domingo (29) contra um novilho de uma propriedade rural, em Santa Tereza.
Em janeiro deste ano, o animal, batizado de Sancho, foi capturado por técnicos do Projeto Carnívoros do Iguaçu voltado ao estudo populacional das onças-pintadas do Parque Nacional. Os biólogos foram acionados por fazendeiros após o animal ter atacado um bezerro. Depois de ser sedado, Sancho recebeu uma coleira eletrônica para ser monitorado e voltou para a mata. Este ano, o felino também atacou outros quatro cachorros de uma fazenda.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela administração do Parque, informa que monitora o animal. Os técnicos já tentaram, sem sucesso, retirá-lo da região, e realizam com frequência operações para afastá-lo da área limítrofe às propriedades rurais. No entanto, alertam que nem todos sitiantes protegem as propriedades.
Com base no monitoramento feito, os biólogos concluíram que a onça busca presas fora da reserva em razão da indisponibilidade de alimentos dentro do próprio parque, uma consequência da caça. As práticas inadequadas de manejo dos rebanhos, comuns no passado, inclusive com o descarte de animais mortos na divisa do parque, também passaram a atrair as onças, segundo os técnicos.
Estimativas do Projeto Carnívoros do Iguaçu indicam que hoje há cerca de 12 onças no Parque Nacional do Iguaçu. A reserva é considerada o último reduto de onças-pintadas do Sul do Brasil.
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