A Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina identificou, "dentro e fora" do sistema prisional, responsáveis pela onda de ataques a ônibus e policiais que chegou ontem ao sexto dia. A pasta vai pedir a transferência deles a penitenciárias federais, como fez com suspeitos dos atentados de 2013.
O secretário César Grubba não disse quantos suspeitos foram identificados. Ele diz não ver necessidade de pedir ajuda à Força Nacional, como no ano passado, porque a polícia "está trabalhando bem".
Até as 19 horas de ontem, a Polícia Militar havia registrado 36 ocorrências, em 15 cidades, relacionadas aos ataques. Além de ônibus queimados e tiros contra bases policiais, a corporação contabiliza a prisão de suspeitos.
Segundo a PM, três pessoas morreram desde sexta-feira. São dois suspeitos de participar dos ataques, mortos em confrontos com a polícia, e um agente prisional aposentado, alvejado diante de casa por um grupo não identificado.
Em Florianópolis, apesar do policiamento extra, motoristas e cobradores de ônibus alegaram falta de segurança para trabalhar à noite e voltaram a parar às 19 horas, o que levou ao fechamento de lojas e ao cancelamento de aulas.
"Não é greve. Nós não nos sentimos seguros. A polícia oferece escolta, mas ela não é eficiente", disse Deonísio Linder, diretor de comunicação do sindicato da categoria.
O comando da PM e o secretário municipal de Transportes, Vinicius Cofferri, lamentaram a decisão dos trabalhadores e disseram que as escoltas são eficientes. O comandante da PM em SC, coronel Valdemir Cabral, disse que os ataques não ameaçam as eleições de domingo no estado. Segundo ele, todos os locais de votação terão policiamento especial e o Bope (Batalhão de Operações Especiais) pode ser acionado em caso de necessidade. "Nós não vamos recuar. A população sente que o Estado está dando a resposta necessária a essa situação."