O casal Kátia Garcia, 34 anos, e Haroldo Carvalho, 46 anos, pode se considerar uma exceção entre os clientes de lojas de brinquedo. Eles gastaram R$ 30 na fazendinha que o filho de 4 anos vai ganhar de Natal. "Mas já vimos o mesmo brinquedo por R$ 80 em outra loja", diz a mãe. A média de gastos com brinquedos em Curitiba está sendo de R$ 150 por crianças, segundo informações das lojas.
Kátia e Haroldo optaram pela fazendinha por considerá-la um brinquedo educativo. "Ele entra numa loja de brinquedo e quer tudo. Tudo que vê na televisão ele pede. Nós não falamos nada, só não damos", diz Kátia. Nem por isso o filho dela chora ou fica triste com os pais. "A criança não pode ter tudo que pede, depois no futuro não vai vir tudo fácil para ela", avalia o marido.
Para a psicóloga Lídia Weber, professora da Universidade Federal do Paraná e especialista em comportamento, fazer o possível para atender todos os pedidos dos filhos é um caminho errado adotado pelos pais. "Tem de ter um limite, senão perde a graça. Os pais precisam ensinar as crianças à resistirem à frustração, caso contrário se torna uma pessoa frágil", avalia. A espera pela entrega dos presentes na noite de Natal também é importante, diz ela. "Eles (as crianças) devem aprender a esperar, faz parte do ritual de Natal, assim como o Papai Noel", propõe.
O bom velhinho de roupa vermelha e barba branca é uma das mentiras possíveis, acredita a psicóloga. "Não traz conseqüências ruins. Faz parte de uma fantasia que mesmo depois que a criança passa a não acreditar, finge que acredita".
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