Após dois dias de paralisação nacional dos médicos, os hospitais e unidades de saúde de Curitiba voltaram a atender normalmente nesta quinta-feira (1º). As principais instituições de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) relatam que nesta manhã estão sendo atendidos tanto urgência e emergência quanto pacientes eletivos considerados com menos urgência no atendimento.
Confirmaram que funcionam sem transtornos o Hospital de Clínicas (HC), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Cajuru e o Trabalhador. As unidades de saúde da capital, conforme a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde, também voltaram ao normal. A previsão, em algumas entidades, é que demore até um mês para que as pessoas que deixaram de realizar seus procedimentos eletivos tenham atendimento.
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) informou que ainda não há uma previsão de novas paralisações. Manifestações devem ser realizadas no próximos dias, no entanto. De sexta-feira (2) à tarde até quarta-feira (7) pela manhã, médicos fazem medição de pressão e outros exames básicos enquanto panfletam e falam aos curitibanos sobre os motivos dos protestos. Ainda não foi definido o horário exato da ação, que ocorre na Boca Maldita e, no domingo apenas, na feira do Largo da Ordem.
Balanço de paralisação
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e as principais instituições hospitalares da capital confirmaram que a maior parte dos atendimentos eletivos considerados não urgentes foi suspensa durante a terça (30) e quarta-feira (31). No Hospital Evangélico, 90% dos atendimentos eletivos foram suspensos e remarcados para os outros dias. No Hospital Cajuru, cerca de 500 consultas eletivas foram transferidas. No Hospital de Clínicas (HC), apenas alguns ambulatórios atenderam e de modo parcial. No Hospital do Trabalhador também houve reflexos, com algumas especialidades sem atendimento durante os dois dias.
Manifestação
Os médicos se reuniram em protesto nesta terça (30) e quarta-feira (31) na Praça Rui Barbosa, Centro de Curitiba para coletar assinaturas em um manifesto que será apresentado na semana que vem, ao Congresso Nacional. O texto aponta que a categoria é contra a aprovação da Medida Provisória (MP) 621, que cria o programa Mais Médicos, e a suspensão dos vetos impostos pela presidente Dilma Rousseff à lei do chamado Ato Médico.
O movimento também tinha como objetivo, com os atos públicos, explicar à população as possíveis distorções destas medidas tomadas pelo governo federal. O manifesto é organizado em conjunto pela Associação Médica do Paraná (AMP), o Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) e o Conselho Regional de Medicina (CRM).
ReivindicaçõesOs protestos se dirigem, principalmente, contra três posicionamentos recentes do governo federal: os vetos da presidente Dilma a alguns pontos do chamado Ato Médico; à medida provisória que aumenta para oito anos o tempo do curso superior de medicina; e à não exigência de que médicos estrangeiros passem pelo exame de revalidação do diploma, o Revalida.
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