A contratação de aterros privados para a dispensa do lixo de Curitiba e região pode custar até R$ 82,4 milhões. O valor foi calculado com base no edital, publicado ontem, para credenciamento de empreendimentos particulares de aterros sanitários que tenham interesse em receber o lixo dos 20 municípios do Consórcio Intermu­­nicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos. A contratação sem licitação foi a alternativa para a destinação dos resíduos após o encerramento do aterro da Caximba em novembro, determinado pela Justiça. A implantação do novo sistema que deveria substituí-lo atrasou devido a um impasse judicial.

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O valor máximo a ser pago para essas empresas é de R$ 47,06 por tonelada. Os contratos terão prazo de 24 meses, o que implica em um custo de até R$ 82,4 milhões para a disposição das 2,4 mil toneladas geradas diariamente pelos municípios. Os contratos, porém, podem ser suspensos pela prefeitura caso o Sistema Integrado de Pro­cessamento e Aprovei­ta­men­to de Resíduos (Sipar) venha a entrar em operação.

O custo por tonelada é o dobro do repassado atualmente à Cavo para a operação da Caximba, R$ 23,37 (o valor não inclui o preço da coleta, feita pela mesma empresa). De acordo com a secretária-exe­­cutiva do consórcio, Marilza Dias, a diferença se deve a custos não operacionais que, no caso da Caximba, são pagos diretamente pela prefeitura de Curitiba.

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Atraso

A alternativa tinha sido anunciada pela prefeitura no início de maio diante da paralisação da licitação do Sipar. O consórcio Recipar chegou a ser declarado vencedor, mas o edital da licitação foi anulado pela Justiça. Os efeitos dessa decisão foram suspensos liminarmente em 12 de maio, mas uma decisão anterior, em outra ação, determina a análise da proposta do consórcio Paraná Ambiental, desclassificado por apresentar preço inferior ao permitido.

Marilza defende a necessidade da contratação de aterros privados, pois o Sipar não poderia entrar em operação até novembro. "Mesmo que concluíssemos a licitação, a empresa ganhadora tem quatro meses para estar apta a receber o lixo, então teríamos de fazer a contratação até o fim do mês, e não há tempo", argumenta.