Foz do Iguaçu - Apesar de ser considerada a principal ligação entre o Paraná e países dos Mercosul e receber cerca de 76% do fluxo de turistas que chega a Foz do Iguaçu, a BR-277 ainda não é totalmente duplicada no Oeste do estado. A importância da rodovia para a região fez a população de Foz do Iguaçu escolher a duplicação como tema prioritário para uma campanha da Rede Paranaense de Comunicação (RPC) no próximo ano. Ontem foi realizada a primeira reunião do comitê encarregado de conduzir os trabalhos, durante o evento Atitude Foz, promovido pela RPC.
O comitê é formado por oito pessoas, entre lideranças regionais e representantes da RPCTV. Integram o grupo membros das associações comercias de Cascavel, Carlos Roberto Guedes; de Medianeira, André Matté; de Toledo, Joel Loh; e de Foz do Iguaçu, Elizangêla de Paula Kuhn; o gerente do departamento de Obras e Manutenção da Itaipu Binacional, Andreas Arion Schwarz; o gerente geral da RPCTV Cataratas de Foz do Iguaçu, Daniel Michelazzo; e o gerente-geral da RPCTV Oeste, João Grande. Dois representantes do poder público também serão escolhidos para integrar o grupo.
Michelazzo diz que inicialmente o comitê fará um levantamento de informações, definirá uma agenda para os trabalhos e nomes para ocupar as duas vagas restantes. Uma série de reuniões está programada para ser realizada na região. A primeira delas em Foz do Iguaçu, no dia 8 de dezembro.
A duplicação da BR-277 já era uma bandeira das associações comerciais da região Oeste. As instituições haviam iniciado um movimento em prol da duplicação. Agora as lideranças comerciais passam a somar esforços na campanha liderada pela RPC. "Até então o movimento estava nas associações comerciais e clubes de serviço. Agora vai começar a atingir a população", diz o representante da Acic, Carlos Roberto Guedes. O evento reuniu 67 pessoas, incluindo o diretor da Unidade TV do Grupo RPC, Luiz Vieira, e a diretora do Instituto RPC, Clarice López de Alda.
Rodovia
A BR-277 tem cerca de 150 quilômetros no trecho Cascavel-Foz do Iguaçu. Desse total, 70 quilômetros, entre as cidades de Medianeira e o trevo de Capitão Leônidas Marques, ainda não estão duplicados. Mesmo assim, a população paga R$ 9,20 de pedágio em São Miguel do Iguaçu e outros R$ 7,10 em Céu Azul. Segundo estimativas do comitê, o custo da duplicação da via é de R$ 100 milhões.
A falta da via dupla implica na ocorrência frequente de acidentes e atrapalha o desenvolvimento econômico da região. O inspetor-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Foz do Iguaçu, Ricardo Schneider, diz que entre janeiro e outubro deste ano 22 pessoas morreram nos 70 quilômetros do trecho de pista simples. No ano passado o número foi de 13. "Em pistas de trecho simples a gravidade das lesões e as vítimas fatais aumentam principalmente em colisões frontais", diz.
A concessionária Ecocataratas diz que qualquer obra relativa ao aumento na capacidade na BR-277, como duplicações e viadutos, só pode ser realizada com a autorização prévia do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná. A empresa alega que a duplicação do trecho estava prevista no contrato de concessão assinado em 1997. No entanto, como houve um contrato preliminar entre a concessionária e o governo do estado, que reduziu as tarifas em 2004, as obras foram retiradas do contrato inicial para garantia do equilíbrio econômico-financeiro. A concessionária ainda diz que concorda com a obra.
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