Centenas de policiais isolavam o Maracanã durante a partida final da Copa das Confederações, em junho último, impedindo que a onda de protestos interferisse no evento esportivo da Fifa. Mas a indignação se infiltrou no espetáculo escondida sob uma bola gigante carregada pelo ator e diretor teatral Alex Tietre, 35 anos, natural de Guarapuava e que mora há dois anos no Rio de Janeiro.
Integrante da equipe responsável pela coreografia da cerimônia de encerramento, Alex driblou o rígido controle da organização e levou uma das bandeiras das ruas para o gramado, no caso, a bandeira arco-íris do movimento gay. A quebra de protocolo se tornou uma das imagens mais emblemáticas dos acontecimentos recentes, e os quinze minutos de fama se multiplicaram em vários outros de reflexão e ativismo social.
Alex participou das passeatas quase diárias que aconteciam no Rio, onde os preparativos para a Copa do Mundo eram severamente questionados pela população. Passou a viver emoções conflitantes. Quando polêmicas relacionadas aos direitos dos homossexuais engrossaram o caldo de indignação, ele decidiu tomar posição e escolheu o palco verde para isso. "O Maracanã é um símbolo muito forte", lembra.
Embora assumidamente gay, até então Alex não mantinha postura ativista em relação à causa. Porém ficou pessoalmente ofendido com uma declaração da apresentadora Mara Maravilha, que em entrevista na tevê afirmou que o comportamento homossexual é uma "aberração", assim como com o projeto conhecido como "cura gay", que tramitava na Câmara. "É a minha causa. Sou gay e não posso esquecer disso", justifica.
Estratégia
No dia do evento, escondeu uma bandeira arco-íris no elástico da cueca, dobrando-a até que ficasse com apenas uma cor à mostra. Sabia que vestiria a roupa de apresentação um macacão e uma meia-bola gigante sobre a cabeça na frente de todos. Guardou os objetos pessoais, passou por um detector de metais e ficou esperando a hora de entrar.
Alex queria mostrar a bandeira após o fim da apresentação para não sabotar a coreagrafia. Mas, no meio dela, dois colegas saíram da formação e estenderam uma faixa contra a privatização do Maracanã. Ele então avançou para aumentar o coro, andando para o outro lado do gramado. Deu uma volta pelo campo com a bandeira sobre o rosto, deixou-a no chão e voltou para o grupo. Surpreendentemente, não foi identificado pelos seguranças.
Percebeu a extensão do gesto assim que apanhou o celular e verificou os sites de notícias. À noite, foi destaque no Fantástico. Desde então, participou de uma série de eventos, deu entrevistas e criou um blog. Quer, agora, seguir com esse trabalho. "Precisamos lutar pelo que achamos certo. Eu levantei essa bandeira. Agora não posso baixá-la".
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora