Um movimento que nasceu em um dos locais mais famosos de Nova York e ganhou repercusssão mundial desembarcou em Curitiba na última sexta-feira (13).
O movimento Ocupa Curitiba, que se espelha no Ocuppy Wall Street, está acampado na Praça Santos Andrade, em frente à escadaria do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná, e diz que pretende incomodar.
A diferença entre os ativistas que ocuparam o Zucotti Park, em frente ao centro financeiro mundial, e os curitibanos é grande: dezenas de milhares no primeiro caso, e apenas oito pessoas no segundo. Porém, segundo os manifestantes, a bandeira é a mesma.
"Existe uma solidariedade global. Protestamos contra o capitalismo, contra as relações econômicas que visam a um lucro excessivo, em detrimento das pessoas", diz o porta-voz do movimento, o estudante e comerciário Filipe Salgado.
Entre os alvos estão desde os regimes totalitários, como neofascismo e neonazismo, até obras de grande impacto ambiental e social como a da Usina de Belo Monte e o preconceito contra mulheres, negros e homossexuais, entre outros.
Na barraca solitária em frente ao prédio histórico, circulam jovens de alargadores, cabelos pink, de moicano e jaquetas de couro, mas Filipe garante que, embora flertem com o movimento anarco-punk, todos são apartidários.
Violência
O discurso pacifista e agregador, no entanto, deu demonstrações de incongruência, segundo os próprios ativistas, na tarde desta terça-feira.
Uma ativista, de 17 anos, atacou um garoto que vestia coturno e uniforme com aparência militar por volta das 13h, por identificá-lo como fascista. O ato gerou confusão e o acionamento da Guarda Municipal.
A mãe do menino, a pianista Priscila Malanski, registrou boletim de ocorrência no 1.° Distrito Policial de Curitiba e a menina foi encaminhada para a Delegacia da Criança e do Adolescente.
A Guarda Municipal revistou o grupo, mas não encontrou objetos perigosos ou armas. A garota disse que bateu no menino porque ele fez uma saudação fascista.
"Sou da frente antifascista, e tenho como obrigação combater esse tipo de gente que provoca e faz tanto mal a outras pessoas, principalmente a negros e homossexuais. Mas estou arrependida. Isso compromete a nossa imagem", disse a garota.
O porta-voz do grupo diz que a atitude foi "estúpida", e que o movimento é pacífico. "Isso, infelizmente, mancha a nossa imagem. O Ocupa Curitiba não se enquadra nessa visão de violência. Ela quebrou as normas e não participa mais", diz Filipe.
De acordo com os manifestantes, o movimento continua acampado na praça indefinidamente, e só sai do local com determinação da Justiça.
"Há uma série de lemas: não depredar o patrimônio público, não usar drogas, não cometer atos violentos ou cometer atos obscenos, como fazer sexo ou ter material pronográfico. Estamos dentro da lei."
Câmera
O inspetor da GM, Sicarlos Pereira Sampaio, afirma que uma câmera localizada na praça está monitorando o grupo 24 horas por dia, e que a príncipio não há motivos para impedir a ocupação.
"É um movimento pacífico, entao, não há razões para pedirmos a retirada deles. No entanto, se impedirem a passagem da população ou danificarem o patrimônio público, as medidas cabíveis serão tomadas".
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