A cúpula de segurança do Rio iniciou na manhã deste domingo (13) a transferência para o Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste carioca, dos 19 ativistas presos sob acusação de formação de quadrilha armada por envolvimento em atos de vandalismo durante manifestações desde junho de 2013.
O grupo foi preso na manhã de sábado (12) em operação da Delegacia de Repressão à Informática da Polícia Civil. Segundo a polícia, todos serão transferidos neste domingo para as cadeias públicas Joaquim Ferreira de Souza e José Frederico Marque, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.
Entre os presos está Elisa Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho. Ela foi presa em Porto Alegre e transferida para o Rio.
A reportagem apurou que a série de prisões temporárias foi uma medida preventiva por causa de protestos marcados para a final da Copa, neste domingo, no Maracanã.
"Temos informações de que essas pessoas planejavam provocar torcedores argentinos para gerar confronto", disse o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso.
Ele disse que "o quadro probatório robusto foi o suficiente para convencer Promotoria e Justiça", mas não revelou as provas o caso corre em segredo de Justiça.
Marcelo Chalreo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que prestava assistência aos presos, disse que as prisões temporárias "são um absurdo" e que visam intimidar ativistas.Veloso rebateu. Disse que manifestar é legítimo e que não vai interferir em possíveis protestos. "Mas violência é inadmissível. Nós queremos paz e uma sociedade melhor. Temos que fazer nosso papel e não podemos permitir o caos", afirmou.
A reportagem também falou com os familiares dos ativistas, mas eles não quiseram dar entrevista. Chalreo disse que a defesa dos presos entraria com um pedido de habeas corpus no plantão do fórum até a madrugada deste domingo, mas a equipe de reportagem não conseguiu contato com o advogado hoje para saber a decisão da Justiça.
Apreensões
Segundo a polícia, alguns presos foram flagrados em escutas telefônicas negociando artefatos explosivos.
Um revólver, máscaras, gasolina, artefato explosivo, aparelhos de choque, protetores, coletes de imprensa e capacetes foram encontrados em casas de suspeitos.
A Justiça concedeu 26 mandados de prisão temporária, e 17 deles foram cumpridos. De acordo com a polícia, outros dois suspeitos foram presos em flagrante -com arma e drogas.
Um advogado, pelo menos dois professores da rede pública, uma jornalista e um professor universitário estão entre os presos.Outros dois suspeitos foram presos em flagrante -um com arma e munições, outro com drogas- e dois adolescentes foram apreendidos.
A reportagem procurou familiares de alguns dos presos, mas eles não quiseram falar.É a segunda vez que a polícia prende ativistas do Rio fora de protestos no período da Copa. Em 11 de junho, um dia antes da abertura, dez pessoas foram detidas.
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