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Manifestação

Ato contra aborto pressiona Câmara a votar projeto de lei

Marcha pela Vida pediu a aprovação do Estatuto do Nascituro, que garante direitos aos embriões | Sérgio Lima/ Folhapress
Marcha pela Vida pediu a aprovação do Estatuto do Nascituro, que garante direitos aos embriões (Foto: Sérgio Lima/ Folhapress)

Parados em frente ao Mi­­nistério da Saúde, manifestantes da 6.ª Marcha Nacional da Cidadania Pela Vida pediram mudanças nas políticas da pasta, chamadas de "cultura da morte" por alguns que falaram dos carros de som.

"Faço um apelo ao ministro Alexandre Padilha [da Saúde], conhecemos o coração dele, sabemos que é sensível, para que ele possa rever essa política. O Ministério da Saúde tem servido a grupos minoritários, radicais, sem compromisso com a vida", gritou o Bispo Robson Rodovalho, ex-deputado federal pelo Distrito Federal. O bispo terminou sua fala com um "que Deus abençoe o Alexandre Padilha".

A marcha é capitaneada por católicos, mas também contou com a participação de evangélicos e espíritas. De um público esperado pela organização de até 30 mil pessoas, reuniu no máximo 6 mil, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal.

Hoje, outra manifestação, desta vez puxada por evangélicos, promete movimentar a Esplanada com críticas sobre a liberação do casamento gay e com a defesa da liberdade de expressão religiosa.

A manifestação de ontem teve como foco a pressão pela aprovação do projeto de lei do Estatuto do Nascituro, que garante direitos aos embriões, o que colocaria em xeque a realização dos abortos já autorizados no país. O texto pode ser votado hoje, na Comissão de Finanças da Câmara.

"Aborto não é questão de saúde pública", defendeu Lenise Garcia, do movimento Brasil Sem Aborto. "Entendemos a situação da mulher violada, mas ela tem que ser ajudada a ter o filho. Por isso o Estatuto do Nascituro", disse do carro de som ao passar em frente ao Ministério da Saúde.

Apesar de prometida, a crítica à indicação do advogado Luís Roberto Barroso a uma vaga como ministro do Supremo Tribunal Federal não foi evidente na marcha.

O ato reuniu famílias e muitos jovens, que caminharam ao longo do Eixo Monumental até em frente ao Congresso Nacional, onde se concentraram em número reduzido.

Ingrid Mendes, 22, grávida de sete meses, era uma das pessoas que acompanharam a marcha durante a tarde. A jovem, da Assembleia de Deus, disse ser contrária ao aborto em qualquer caso. "Não tem necessidade de tirar a vida [do feto] por uma irresponsabilidade ou algum fato ocorrido na vida", defendeu.

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