Pelo fim da cultura do estupro e do machismo. Esse foi o mote de um ato público realizado na Praça Santos Andrade, na região central de Curitiba, neste domingo (5) à tarde. Cerca de 60 manifestantes – 10 eram homens – não se intimidaram com a chuva que cai na capital do estado e ocuparam as escadarias do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para debater o assunto, contar suas experiências em relação a abusos, assédios e violência e também cobrar políticas públicas para as mulheres.
Os manifestantes acenderam velas rosas para as mães de abusadores e mostraram diversos cartazes pelo fim do machismo e contra os assédios. O ato foi motivado pelo recente caso do estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro, que está sendo investigado pela polícia.
Uma das integrantes do movimento, Mariane Siqueira, relata a importância de muitas mulheres jovens participarem do ato. “É preciso que a mulher ocupe o espaço público e faça sua voz ser ouvida pela sociedade”, ressalta.
Segundo a coordenadora do evento, Mônica Pereira, que é integrante do Movimento de Organização de Base (MOB), é necessário acabar com a ideia de que a mulher é culpada pelos atos de violência praticados contra ela. “Tem que acabar com essa cultura de que o ‘não’ da mulher pode ser um ‘sim’ ou um “talvez”. A mulher é estuprada no Brasil há séculos. Também precisamos lutar pela igualdade entre homens e mulheres. Hoje o salário dos dois que ocupem o mesmo cargo numa empresa ainda é diferente”, afirma.
Mônica destaca ainda que é preciso cobrar para que políticas públicas sejam implantadas. “É preciso representantes do feminismo nos governos”, ressalta. O ato começou perto das 15 horas deste domingo com previsão para terminar às 18h30.