Na hora de maior tensão, policiais e manifestantes ficaram frente a frente no Palácio Iguaçu| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Porto Alegre: Sob chuva, 15 mil pessoas participaram do ato na capital do Rio Grande do Sul. Grande parte dos manifestantes questionava a violência policial e os gastos com a Copa. Houve saques em lojas e violentos confrontos com a PM. Dezenas de pessoas ficaram feridas
Belo Horizonte: Cerca de 20 mil manifestantes ocuparam o Centro de Belo Horizonte com protestos e reivindicações sobre temas variados. Apesar do caráter pacífico, um grupo de mascarados entrou em confronto com a polícia. Grupos que praticavam vandalismo foram vaiados
Florianópolis: Na capital catarinense, cerca de 20 mil pessoas foram às ruas, de acordo com a PM, reivindicando diversas causas. Durante o protesto, um homem caiu da ponte Colombo Salles, e foi levado ao hospital, sem gravidade. Às 21 horas, a multidão começou a se dispersar
Maringá: Mais de 2 mil pessoas se reuniram ontem para protesto em Maringá. Do Terminal Urbano, seguiram em caminhada pela cidade. Às 20 horas, parte dos manifestantes ocupou a sessão itinerante da Câmara Municipal e conseguiu que todos os vereadores assinassem a abertura de uma CPI dos Transportes
Ponta Grossa: Cerca de mil pessoas, sob chuva, participaram dos protestos em Ponta Grossa, na noite de ontem. O movimento foi pacífico. Os manifestantes pediam redução no preço da passagem de ônibus, punição à vereadora Ana Maria de Holleben (PT), suspeita de autossequestro e pela não aprovação da PEC 37
Londrina: Aproximadamente mil pessoas saíram às ruas de Londrina, ontem. Eles se reuniram no Calçadão, por volta das 18 horas, e partiram em direção à prefeitura. O destino foi alcançado pelo grupo por volta das 20h15, que meia hora depois já começou a se dispersar
De volta: A professora Silvana Baldini foi morar em São Paulo e voltou só para protestar em Curitiba:
Uma luta: O pintor Diego Rodrigues de Castro luta pelo voto não obrigatório:
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Até o fechamento desta edição, sete pessoas haviam sido detidas nos protestos de ontem, em Curitiba. Uma delas é adolescente. Essas pessoas faziam parte de um pequeno grupo de quase 30 pessoas que, durante o protesto em frente do Palácio Iguaçu, chutaram os portões da sede do governo, picharam paredes, quebraram uma porta e jogaram objetos na imprensa. A maioria dos manifestantes se manteve pacífica. Apenas com a intervenção da Polícia Militar, essas 30 pessoas dispersaram. Três pessoas ficaram feridas.

Grupos

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Em meio a comemorações pela queda da tarifa de Curitiba, considerado um passo importante pelos manifestantes, um clima de tensão existia logo no começo da passeata, volta das 18 horas de ontem. Um grupo de pessoas com bandeiras e camisetas do PSTU e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) também participava dos protestos. Diferente de segunda-feira, em que havia uma unidade, ontem três grupos marcharam separadamente.

Em meio a gritos de "sem partido", um grupo seguiu para a Praça Tiradentes, e outro, com as bandeiras vermelhas, pelo calçadão da Rua XV. Os dois acabaram se encontrando em frente da prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico. Um terceiro grupo foi para sede da Urbanização da Curitiba (Urbs), na rodoferroviária.

No quarto dia de manifestações em Curitiba, as vozes das ruas seguem gritando por várias causas. O pintor Diego Rodrigues de Castro, 26 anos, não pensava em protestar até segunda-feira. "Senti o clima diferente na cidade, as pessoas comentando. Percebi que eu tinha que estar aqui", explicou. Morador do bairro Boqueirão, ele luta para mostrar a importância de responder aos governantes nas ruas. "Sou contra o voto obrigatório. Estou aqui por isso. Se as pessoas deixarem de votar em grande número, os políticos vão parar de roubar", disse.

A analista de crédito Caterine Passos, 19, tem participado das manifestações ocorridas na cidade. A luta dela é pela educação. "É o que todo mundo quer. Mais respeito ao cidadão", ressaltou.

Eles foram

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A curitibana Silvana Bal­­dini, 44 anos, deixou a cidade em que nasceu ano passado porque não conseguia encontrar vagas para trabalhar como professora de História. Ela ensina em uma universidade de São Paulo e voltou especialmente ontem para engrossar o coro de protesto pela baixa da tarifa para R$ 2,60 e melhorias na qualidade da educação do país.

"Fiz questão de vir. Sou viúva e não tive emprego aqui ano passado. Fui morar em São Paulo e voltei só para protestar na minha cidade", afirmou Silvana. Ela foi uma dos cerca de 3,5 mil manifestantes que, debaixo de muita chuva e frio, foram até a Boca Maldita e marcharam pelas ruas do Centro de Curitiba até o Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná.

Protestos pelo país