Foz do Iguaçu Um ato público promovido ontem por participantes do 12.º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, em Foz do Iguaçu (Oeste do estado), chamou a atenção de quem cruzou a fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina. Os congressistas distribuíram panfletos, em português e espanhol, com objetivo de mobilizar a população no combate à violência sexual contra criança e adolescentes.
A cidade possui altos índices desse crime por estar localizada numa tríplice fronteira. Diariamente, centenas de crianças entram e saem do país através das pontes da Amizade (ligação com o Paraguai) e Tancredo Neves (acesso à Argentina) sem o acompanhamento dos responsáveis e diante de um controle sem eficácia dos órgãos de segurança. A maioria delas faz a travessia em busca de trabalho informal.
A manifestação reuniu psicólogos, educadores e conselheiros tutelares nas duas fronteiras. Também foi organizado um ato político no hotel onde é realizado o evento, que termina hoje e conta com a participação de cerca de 3 mil pessoas. O tema central do congresso é "A questão social na América Latina: ofensiva capitalista, resistência de classe e Serviço Social".
Para Neide Castanha, do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, é emergencial dar um basta a crimes como a prostituição infantil, a exploração sexual no turismo, a pornografia (inclusive na internet) e o tráfico de pessoas para fins sexuais. Conforme ela, o crime só diminuirá com a mobilização de toda a sociedade e denúncias ao telefone 100.
Ela destacou que desde a criação da Rede de Combate à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, há dez anos, ocorreram avanços no movimento, como a criminalização de vários tipos de abusos. Ela alertou, entretanto, para a necessidade emergencial de aplicar as leis criadas para combater o delito e acabar com a impunidade.
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