Centenas de pessoas, entre elas artistas e familiares de Amarildo de Souza, voltaram a protestar neste domingo pelo desaparecimento do ajudante de pedreiro, desaparecido desde que foi detido pela polícia do Rio de Janeiro no último dia 14 de julho.
O ato teve respaldo da Anistia Internacional (AI) e aconteceu na Rocinha, onde Amarildo vivia e sumiu depois que policiais o detiveram sob a suspeita de que colaborava com o tráfico na favela.
A pergunta "Onde está Amarildo?", que se transformou em um lema para os moradores dessa comunidade, foi escrita em dezenas de cartazes espalhados na favela.
Entre os artistas presentes, estavam as atrizes Thayla Ayala, Fernanda Paes Leme e a diretora Paula Lavigne.
A manifestação foi organizada por ser o primeiro Dias dos Pais que a família passa sem Amarildo e para pressionar as autoridades a dar respostas sobre o caso.
"A pessoa que derramou o sangue de Amarildo derramou também o sangue de seus seis filhos", declarou a esposa do ajudante de pedreiro, Elizabete Gomes, que participou da manifestação junto com outros membros de sua família.
"Se o mataram, quero pelo menos que nos devolvam o corpo para poder enterrá-lo", acrescentou Elizabete.
O representante da AI no Brasil, Atila Roque, afirmou que o país "não pode viver sob este estado de exceção, no qual as pessoas mais pobres são tratadas de maneira diferente e carecem dos mínimos direitos".
Roque assegurou que o caso foi incorporado à agenda desse organismo de direitos humanos e lembrou que o secretário-geral da AI, o indiano Salil Shetty, visitou nesta semana o Rio de Janeiro e uniu-se às vozes que exigem respostas sobre o desaparecimento de Amarildo.
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