• Carregando...

Brasília – Atrasos e entraves no âmbito da CPI das Sanguessugas estão dificultando a investigação das ramificações da máfia das ambulâncias no Executivo. Na última reunião da comissão, na semana passada, foi adiada para outubro a análise de 40 requerimentos relativos à quebra de sigilo bancário e telefônico de pessoas e empresas envolvidas no esquema.

Entre os pedidos não apreciados pela CPI estava o requerimento para quebra de sigilo do ex-dirigente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e candidato do PT ao governo do Ceará em 2002, José Airton Cirillo. Não foi aprovado, sequer, um simples pedido de informações ao Ministério da Saúde para confirmar números de telefones.

O autor dos requerimentos é o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), sub-relator da CPI das Sanguessugas encarregado de investigar as ramificações da máfia no Executivo. Frustrado, o tucano não descarta a possibilidade de estar em curso uma espécie de blindagem dentro da CPI para impedir que as investigações afetem de alguma maneira a campanha à reeleição do presidente Lula. "Como Lula tem hoje uma situação de conforto nas pesquisas de intenção de voto, não há dúvida que muitas pessoas não querem que apareça algo que possa atrapalhar a campanha", afirmou Redecker.

"Na última reunião não aprovaram nada de substancial para facilitar as investigações sobre o Poder Executivo. Como investigar sem receber os dados necessários?", reclamou.

"Uma coisa é investigar deputados, investigar o Legislativo, que é um Poder desprotegido. Mas, quando as coisas chegam no Executivo, é tudo mais difícil. Na hora do Legislativo, a investigação é barbada. Quando chega a vez do Executivo, empurram com a barriga Aí, não dá."

Oposição

Por outro lado, Redecker rebate a possibilidade de estar balizando as suas investigações com um viés de oposição, já que pertence ao PSDB, partido de Geraldo Alckmin, principal adversário de Lula na corrida presidencial. "Não inventei nenhum dos nomes que estão sendo investigados pela CPI. Se eles são do partido do presidente Lula, não é minha culpa", protesta. Apesar de ficar sem os dados solicitados, ele garante que a investigação não terminará no zero. "Não vai virar pizza. Eu perdi um mês por conta desse atraso e vou ter de fazer um relatório em cima da perna. Mas não vou parar o trabalho."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]