Não é de hoje que as obras no Parque da Imigração Japonesa estão em desacordo com o planejado. Já são mais de quatro anos de atraso. O plano inicial era de que a estrutura ficasse pronta em 2008, para as comemorações do centenário da chegada do povo asiático ao Brasil. Contudo, as obras só começaram em 2010. E mesmo inaugurado, com placa de oficialização e tudo, correntes improvisadas impedem o acesso dos visitantes à sede do lugar. A estimativa atual é de que o parque esteja concluído apenas em 2014.
De acordo com o superintendente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Alfredo Trindade, 12% da obra ainda não estão prontos. Basicamente, faltam vidros e o sistema de climatização. Mas não será rápido preencher as lacunas. Como o contrato com a empreiteira responsável foi rompido, será necessário cumprir o processo burocrático de escolha de uma nova empresa. "A previsão é de que as obras comecem em setembro e que o parque fique pronto no ano que vem", diz. A preocupação em manter vigilância, com guardas municipais, e cuidados com o projeto de paisagismo evitaram a imagem de abandono e atos de vandalismo.
Caminhada
O investimento para criar uma nova estrutura de lazer e embelezar a região, às margens do Rio Iguaçu, na ligação entre São José dos Pinhais e Curitiba, está em R$ 3,8 milhões. O recurso é do Ministério do Turismo, com contrapartida da prefeitura. "O lugar é bonito, mas teria que ser para a população usar", comenta Percy Cordeiro dos Santos, presidente da Associação de Moradores do Icaraí, vila que fica a poucos metros da obra. Cordeiro conta que a população continua usando outro parque, nas imediações, para fazer caminhadas. "Ali fica deserto. É perigoso", explica. Ele também reclama da inexistência de uma academia ao ar livre semelhante às instaladas em outros pontos da cidade e de um local para venda de água e lanches.
Como é
O 24º parque de Curitiba tem 385 mil metros quadrados e lagos contornados por pista de caminhada. Além de espaço de lazer, deve ser um cartão de visitas para quem chega à cidade pelo aeroporto Afonso Pena.
Uma estrutura redonda de metal e vidro abriga o centro de eventos, projetado para sediar exposições. O desenho lembra um grande leque, um dos símbolos da cultura japonesa. Mas olhando de longe, o prédio parece um navio, meio de transporte utilizado pelo povo oriental para aportar no Brasil.