O Anel Viário, que possibilitará o tráfego entre bairros sem passar pelo centro de Curitiba, não vai ficar pronto na data prometida pela prefeitura da capital. A data-limite, que era no fim deste mês, mudou para março de 2012. Dos cinco lotes formadores do Anel três estão atrasados. As obras do lote sul, localizado entre os bairros Rebouças e Prado Velho, foram iniciadas apenas na última segunda-feira.
As obras começaram em janeiro deste ano e o planejamento na época indicava que tudo estaria concluído em oito meses.
Para o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Positivo, Orlando Pinto Ribeiro, o atraso é um sinal de falha no planejamento. "Quando se assume um prazo deve-se cumprir, mas infelizmente as obras públicas não respeitam isso", afirma.
Na opinião dele, a prefeitura deveria ser firme nas cobranças das construtoras. "Tem que fazer contratos com cobranças de multa para atrasos", ressalta. Ribeiro explica que as construtoras poderiam otimizar os recursos e o tempo se realizassem obras à noite. "Todo trabalho com ruído poderia ser feito de dia e o restante em outro período", comenta.
O coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCPR, Carlos Hardt, acredita que é natural fatores externos causarem atrasos em obras. "Sob o ponto de vista técnico pode ocorrer. Para uma empreiteira, por exemplo, quando mais rápido terminar a obra menor o custo. Não é um bom negócio estender prazos", argumenta. No entanto, ele lembra quw no Brasil, de modo geral, se gasta menos tempo em planejamento e mais na execução das obras. "Deveria ser o contrário", enfatiza.
Justificativa
Apesar da prorrogação de prazo, a prefeitura defende que as obras correm dentro das expectativas. O engenheiro civil e coordenador da execução do Anel Viário, Mário Márcio Archegas Ferreira, explicou que um dos motivos do atraso foi a inclusão de nova tecnologia do sistema semafórico e um sistema de painéis luminosos com informações do trânsito.
No lote três, localizado nas proximidades do estádio Couto Pereira, apenas 20% das obras estão concluídas em um total de 5.794 metros. "Ali houve dificuldades envolvendo problemas de drenagem", comenta o engenheiro. De acordo com Ferreira, os atrasos também foram ocasionados por falta de cimento no mercado e pelas chuvas. "Como a construção civil está aquecida houve falta de cimento. Isso nos atrapalhou".
As obras do lote sul demoraram em começar por conta da falta de construtoras. Na primeira licitação, não houve concorrentes. Na segunda tentativa a empresa Compasa do Brasil Distribuidora de Derivados de Petróleo LTDA venceu a concorrência. Segundo Ferreira, as outras áreas estão com as obras em dia.
Fluidez
O Anel Viário pretende reorganizar faixas de trânsito de ruas estratégicas e melhorar o asfaltamento, construindo meios-fios e 50 quilômetros de calçadas. Após concluído, o projeto pode proporcionar mais fluidez no trânsito, desafogando as ruas centrais para motoristas que pretendem atravessar a cidade.
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