Em 2012, a Mocidade Azul contou a história de Zilda Arns. Neste ano, criatividade para driblar as dificuldades| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

As três escolas de samba de Curitiba habilitadas para receber verba de apoio da prefeitura finalmente tiveram acesso ao dinheiro, nesta segunda-feira (21), faltando vinte dias para o desfile. O atraso comprometeu o cronograma das agremiações e deve causar impacto no trabalho que as escolas vão levar à avenida. Deve haver redução no número de componentes e de carros alegóricos, além de cortes em adereços das fantasias.

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A verba de apoio – de R$ 40 mil para cada escola – deveria ter sido liberada em outubro do ano passado, com o lançamento do edital de chamamento público. Para receber o dinheiro, as agremiações tinham que estar com as contas em dia. Mas as associações que fizeram tudo de acordo com as normas pagaram por aquelas que não cumpriram as exigências.

"Algumas escolas não haviam prestado conta e não reuniram a documentação necessária, o que entravou todo o processo. Enquanto os recursos não eram julgados, não era possível liberar o dinheiro", explicou Jaciel Teixeira, coordenador de eventos da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e presidente da comissão executiva do carnaval 2013.

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Impacto

Assim que viram o dinheiro na conta, os presidentes das escolas de samba comemoraram, e já se apressaram para tentar compensar o atraso em seus cronogramas. Com um desfile orçado em R$ 73 mil, a Mocidade Azul deve reduzir o número de componentes, de 600 pessoas para 400 integrantes. O presidente Altamir Jorge Lemos chegou a abrir linhas de crédito no próprio nome para minimizar o impacto do atraso.

"A verba de apoio ajuda, mas não fica só nisso. Trabalhamos o ano inteiro para fazer um carnaval no nível que Curitiba merece. É com este pensamento que vamos para a avenida", disse.

A Acadêmicos da Realeza também já traça um plano B para compensar a demora na liberação da verba. Assim que o dinheiro caiu na conta, a presidente da escola, Bárbara Murden, se desdobrava à "caça" de costureiras para terminar fantasias a tempo. "O projeto já está comprometido. As fantasias vão ser reformuladas e algumas perderam detalhes mais luxuosos. A estrutura de um dos carros alegóricos também não será feita a tempo. Mas vamos para a avenida de qualquer maneira e cheios de glória", explicou.

A agremiação pretende gastar R$ 70 mil no desfile deste ano. Além do dinheiro disponibilizado pela prefeitura, a escola recorreu a festas, doações, shows e venda de camisetas. "Somos um bando de loucos que fazemos o que fazemos por amor ao carnaval", resumiu.

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Na Embaixadores da Alegria, a ordem é "reduzir em quantidade para manter a qualidade". Para isso, o presidente da escola, Alberto Neumann, disse que a agremiação deve reduzir para 250 o número de integrantes. A escola deve ir à avenida com dois carros alegóricos, ao invés de três como constava do projeto inicial. O desfile da Embaixadores está orçado em R$ 60 mil.

"Não queremos comprometer a qualidade do espetáculo. É o trabalho de todo um ano. O carnaval de Curitiba tem muito potencial, tanto que leva 30 mil pessoas à avenida. Mas temos espaços para profissionalizar o evento e crescer mais", disse o presidente.

Os presidentes da escolas de samba entregaram à FCC uma carta de reivindicações para a organização do carnaval de 2014. De acordo com Teixeira, em abril deste ano deve ser formada uma comissão para definir as mudanças.