Curitiba A recente crise que se instalou no setor aéreo brasileiro vem causando transtornos para as empresas de Curitiba que têm executivos voando constantemente pelos quatro cantos do país. O diretor comercial do Portal Educacional do Grupo Positivo, Carlos Eduardo Motter, teve de abortar uma viagem de negócios por conta dos atrasos que enfrentou no aeroporto de Brasília na última terça-feira (5 de dezembro). "Eu demorei exatas 24 horas para voltar de Fortaleza a Curitiba e tive que desmarcar uma reunião em São Paulo, que ocorreria na quarta-feira", diz. Em meados de outubro, também em decorrência de atrasos dos vôos, ele teve de cancelar uma viagem a Fortaleza. "Temos 20 pessoas aqui (no Portal Educacional) que viajam semanalmente. Essa situação atrapalha muito nosso planejamento. Além disso, um contrato não assinado pode se reverter em prejuízo", afirma.
Também na terça-feira, Márcia Magno, diretora de Comunicação e Responsabilidade Social da rede de perfumarias O Boticário, desistiu de voltar de avião de São Paulo para Curitiba. "Eu e os outros diretores que me acompanhavam tínhamos uma agenda importante em Curitiba na quarta-feira pela manhã. Preferimos voltar de van", conta.
Ontem, a executiva teve uma reunião em São Paulo desmarcada por não se sentir segura em relação à situação caótica dos aeroportos. "Esse período de Natal é importantíssimo para as vendas do grupo e não podemos arriscar. O que conseguimos fazer por telefone ou e-mail nós temos feito."
Outro que perdeu horas a fio no aeroporto foi José Álvaro Carneiro, diretor da Associação de Proteção à Infância Doutor Raul Carneiro, mantenedora do Hospital Pequeno Príncipe. Carneiro tinha uma reunião no Ministério da Saúde, em Brasília, marcada para as 16h30 do último dia 5. O primeiro trecho da viagem, iniciada às 7h20, de Curitiba até o aeroporto de Congonhas (São Paulo), não foi muito complicado. Depois, começaram os problemas. "Ao sair de Congonhas, passei mais de uma hora voando em círculos, porque não podia pousar em Brasília. O avião acabou descendo no aeroporto de Guarulhos (também em São Paulo), uma hora e meia depois de decolar", lembra-se. Certo de que já havia perdido a reunião, Carneiro teve de voltar a Congonhas para poder retornar a Curitiba, já que todos os vôos de Guarulhos à capital paranaense estavam cancelados.
Quando ele conseguiu chegar a Curitiba, já passava da meia-noite. "Viajei um monte e não fui a lugar nenhum. E a reunião perdida, com o Ministério, era importantíssima, já que 70% dos nossos atendimentos são feitos pelo Sistema Único de Saúde."
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