A mãe de Angelina Jolie morreu de câncer aos 56 anos| Foto: Toby Melville/Reuters

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Em nome da prevenção, você acha válido retirar o seio antes mesmo de o câncer se manifestar? Por quê?

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Prevenção

Exames periódicos adiam necessidade de mastectomia antes da hora

Retirar as mamas, como fez Angelina Jolie, é apenas uma das formas de se lidar com o risco genético de desenvolver tumores de mama e de ovário. "A paciente pode optar por realizar exames mais seguidos como forma de prevenção", diz o médico Salmo Raskin. Os exames podem ser intercalados a cada seis meses, com exames de mamografia e ressonância magnética. Podem ainda começar os exames preventivos mais cedo do que o habitual – a partir dos 25 anos, por exemplo.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pediu cautela às mulheres que pensam em fazer uma mastectomia preventiva. "São recomendações que precisamos ver com muito cuidado. Já surgiram vários estudos que mostraram um número bastante grande de mastectomias realizadas em pacientes em que depois se afastou o risco de câncer. Então, tem que ser analisado com muito cuidado e cautela, na relação do médico com paciente", afirmou.

A atriz Angelina Jolie, de 37 anos, revelou ontem que se submeteu a uma dupla mastectomia (retirada dos seios) para reduzir o risco de desenvolver câncer de mama. A decisão foi tomada após um exame genético indicar que ela tinha 87% de chances de ter um tumor no seio e 50%, no ovário. A mãe de Angelina morreu aos 56 anos após lutar por quase uma década contra um câncer. Nove semanas depois da cirurgia, a atriz reconstruiu os seios com implantes de silicone.

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O teste genético identifica possíveis mutações nos genes BRCA1 (que em média aumenta em 60% as chances de desenvolver tumores na mama e no ovário) e BRCA2 (40% a mais de chances de ter um câncer). No caso de Angelina, havia um defeito no BRCA1. Mas esse diagnóstico é possível em casos específicos. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), apenas 10% dos casos de câncer de mama são hereditários. Ou seja, só nessas situações é que o teste genético poderá indicar as chances de a paciente desenvolver um tumor.

Os outros 90% ocorrem, geralmente, por alterações genéticas no tecido da mama ou do ovário, e podem ser determinadas por vários fatores, entre eles exposição a hormônios e irradiação na parede torácica para tratamento de linfomas.

Segundo o médico geneticista Salmo Raskin, quando existem fatores que revelam que a doença pode ser hereditária, é indicado se submeter ao teste genético. "É necessário saber se existe mais de um caso na família e se o tumor apareceu em idade precoce na mãe, por exemplo. Habitualmente as mulheres desenvolvem câncer de mama depois dos 50 anos."

O médico oncologista e mastologista Cícero Urban ressalta que mesmo que o teste indique a predisposição genética isso não significa que a paciente desenvolverá o tumor. "Há uma chance de que não desenvolva. Mas os tumores hereditários em geral surgem e são mais agressivos", afirma. Nesses casos, a intervenção cirúrgica é uma das saídas. "Se há mudanças nos genes e tem histórico familiar, uma das recomendações é retirar os seios e os ovários", ressalta. Mas, mesmo após a retirada da mama, ainda há 5% de chances de a paciente desenvolver um tumor.

66% ignoram relação entre vírus e tumor

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Da Redação

Pesquisa revela que 66% das mulheres brasileiras não acham que existe relação entre a infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) e o câncer do colo do útero. A infecção por esse vírus aumenta em até cem vezes o risco de a mulher desenvolver esse tipo de câncer. As informações são da Agência Brasil.

Para o levantamento, feito pela Associação Brasileira de Patologia no Trato Genital Inferior e Colposcopia em parceira com o Ibope, foram ouvidas 700 mulheres com idade entre 16 e 55 anos, em seis capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Recife).

Descobriu-se que 18% das mulheres nunca fizeram o exame papanicolau, principal forma de detectar as lesões que podem levar ao câncer do colo do útero, e 13% fizeram apenas uma vez. Além disso, 40% das mulheres não acham que os exames preventivos de rotina podem servir como forma de prevenção à doença e 76% não relacionam a vacinação contra o HPV como forma de prevenção ao câncer do colo do útero.