Brasília (AE) A atuação da ministra Ellen Gracie Northfleet na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda é considerada uma incógnita por fontes ligadas ao Judiciário. Desde que foi nomeada ministra da corte, há seis anos, Ellen tem demonstrado uma atuação discreta e, costumeiramente, acompanha o voto do amigo Nelson Jobim, que deixa o Supremo no fim do mês.
Uma das poucas vezes que contrariou a linha de Jobim foi no ano passado, quando votou contra o ex-deputado José Dirceu, em recurso no qual o petista sustentava que não poderia ser punido pela Câmara por atos praticados enquanto era ministro da Casa Civil.
A participação mais polêmica de Ellen está prevista para o dia 23, quando apresentará seu voto em duas ações diretas de inconstitucionalidade contra a regra da verticalização pela qual os partidos não podem se coligar nos estados se forem adversários na eleição presidencial. A expectativa é de que ela vote pela manutenção da regra nas eleições deste ano.
A presidência do STF será o primeiro cargo político da carioca Ellen Gracie Northfleet, de 58 anos. Foi advogada, integrante do Ministério Público por 16 anos e juíza, com uma atuação discreta. Ela ainda presidiu o Tribunal Federal Regional, em Porto Alegre, com atuação firme, disciplinada e discreta.
Embora seja a primeira mulher na mais alta corte do país, foi criticada por feministas em 2004, ao derrubar liminar que autorizava aborto de feto anencéfalo. Caberá a ela conduzir o julgamento do mérito da ação.
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