Ponta Grossa Todas as 75 cidades paranaenses que adquiriram veículos da máfia dos sanguessugas serão visitadas, até amanhã, por auditores do Ministério da Saúde e da Controladoria-Geral da União (CGU).
Um batalhão, formado por 450 técnicos, tem a missão de recolher documentos e vistoriar ambulâncias, vans e ônibus em 591 municípios brasileiros e elaborar um relatório que será entregue até a terceira semana de outubro.
Uma varredura nas negociações entre a prefeitura e as empresas ligadas aos empresários mato-grossenses Luiz Antônio e Darci Vedoin foi realizada em São Mateus do Sul, nos dias 25 e 26 deste mês.
Os técnicos buscam saber absolutamente tudo sobre as licitações. Querem saber se os veículos existem realmente, se servem a população, se foram entregues nas mesmas especificações da nota de compra, quais empresas participaram do processo licitatório e quanto foi pago. "A ambulância está funcionando, mas o ônibus estava sem condições de uso", conta o prefeito Francisco Luiz Ulbrich.
A pequena cidade ao Sul do Paraná, que tem pouco mais de 38 mil habitantes, recebeu a visita do próprio Luiz Antônio Vedoin, durante a licitação de um ônibus odontológico em 2001.
Convênios
Ao todo, devem ser analisados cerca de 1.600 convênios, em 24 estados. Também poderão ser fiscalizados outros contratos para aquisição de unidades móveis de saúde celebrados com outras empresas. Além disso, poderão também ser analisados convênios da área de inclusão digital, onde houver.
Os relatórios serão encaminhados para o Tribunal de Contas da União. Na preparação do cronograma de fiscalizações, a CGU realizou cinco pilotos em municípios próximos a Brasília e nos estados do Paraná, Espírito Santo, Rondônia e Bahia para testar os procedimentos adotados.
O Paraná é o segundo estado em número de localidades envolvidas no esquema, atrás apenas de Mato Grosso.
Em território paranaense seriam 84 contratos com indícios de irregularidades. O valor médio de R$ 60 mil por venda, estipulado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, leva ao cálculo que a máfia movimentou cerca de R$ 5 milhões no Paraná.
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