As aulas em cerca de 70% dos 2,1 mil colégios estaduais do Paraná terminaram mais cedo ontem. Em uma mobilização organizada pela APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores de Educação do Paraná), professores e funcionários aproveitaram o dia do servidor público para debater a pauta de reivindicação da categoria. A idéia de realizar a discussão no período de aula foi para envolver pais e alunos nas discussões. "Queremos o apoio da comunidade escolar para lutar por uma melhor qualidade de ensino", diz o secretário de organização do sindicato, Hermes Silva Leão.

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Para subsidiar os debates, a APP enviou às escolas e aos núcleos sindicais a publicação "Educar é nobre! Não é missão, é profissão!". O material faz parte da Campanha Estadual de Valorização dos Trabalhadores da Educação e traz informações sobre questões pontuais como reposição salarial e plano de carreiras e também dados sobre condições de trabalho e financiamento educacional. De acordo com o sindicato, até 2004, o investimento na educação básica foi inferior a 20%. "Sem o investimento de 25% da receita, o governo não vai garantir melhores condições de trabalho e nem um projeto pedagógico de qualidade", afirma o professor Leão.

Segundo a secretária de Assuntos Educacionais da APP, Marlei Fernandes, a adesão não atingiu 100% das escolas porque algumas já realizaram o debate e muitas outras programaram a mobilização para semana que vem. No Instituto de Educação do Paraná, uma das maiores escolas públicas de Curitiba, a discussão contou com a participação de aproximadamente 70 professores, no período da manhã. Os 1,5 mil alunos acabaram indo pra casa mais cedo. A Secretaria de Estado da Educação não chegou a acompanhar a mobilização e não fez uma avaliação da adesão.

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Depois de concluídas as discussões, cada núcleo sindical deve realizar uma assembléia regional para registrar o aproveitamento dos debates. Os registros serão enviados para a sede do sindicato em Curitiba para elaboração de uma pauta com as principais reivindicações levantadas durante a mobilização. O documento deve ser entregue no próximo dia 10, numa reunião de negociação na Secretaria de Estado da Fazenda. A categoria ameaça entrar em greve, caso o governo não se sensibilize. A APP é o maior sindicato do estado, com 56 mil filiados, entre professores e funcionários da rede pública e estadual de ensino, o que lhe garante uma representatividade de 75% da categoria.