Mais de um milhão de alunos das 2.100 escolas da rede pública estadual iniciam o ano letivo hoje em todo o Paraná. Só em Curitiba são cerca de 180 mil estudantes de ensino fundamental e médio que estão retornando para as salas de aula nesta quinta-feira. A expectativa da Secretaria de Estado da Educação (Seed) é de que o ano inicie com o quadro de professores completo. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Educação do Paraná (APP-Sindicato), isso só deve acontecer a partir da próxima semana, já que a distribuição de aulas para professores contratados para atuar como temporários só aconteceu ontem.
De acordo com a assessoria de imprensa da Seed, o ano letivo está começando dois dias antes de a semana terminar para atender à determinação do Ministério da Educação de que o ano escolar tenha 200 dias o equivalente a 800 horas de aula. O dia 9 de fevereiro foi escolhido, informa a assessoria, com base em toda a programação curricular do ano e os feriados de 2006. Para os professores, o trabalho iniciou na segunda-feira, com a semana pedagógica, em que os professores discutem projetos que serão desenvolvidos ao longo do ano.
Esse ano, professores concursados que estavam atuando como secretários das escolas vão ter de voltar à sala de aula. "Eles estavam em situação ilegal. O cargo de secretário é de técnico-administrativo. Os professores só podem atuar em sala de aula, como diretores ou pedagogos", informa a chefe do departamento de infra-estrutura da Seed, Ana Lúcia Albuquerque Schulhan.
Para o presidente da APP-Sindicato, José Lemos, a medida pode prejudicar os alunos. "Tem professores que estão atuando como secretários há mais de 15 anos, eles não estão atualizados para voltarem a lecionar", diz ele. Ana Lúcia diz que não haverá prejuízo para os estudantes, porque os professores do estado passam freqüentemente por cursos de atualização.
Ontem, em todos os Núcleos de Educação do estado, foi feita a distribuição das aulas aos professores contratados como temporários por meio do Processo Seletivo Simplificado (PSS). "Pelas informações que estamos recebendo, provavelmente não haverá falta de professores a partir da próxima semana", diz Lemos. A própria Seed, no entanto, teme a ausência de professores concursados em sala de aula.
Em entrevista à Gazeta do Povo, na última terça-feira, a chefe do departamento de infra-estrutura da secretaria afirmou que muitos recém-contratados têm demonstrado desinteresse pela docência. A justificativa para o problema, segundo o presidente da APP-Sindicato, é que os professores aceitaram vagas longe da cidade onde moram para garantir a contratação, antes que o concurso feito em 2003 caducasse, mas não têm condições de ocupá-las.
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