Após três dias de suspensão, as aulas foram retomadas de forma parcial, ontem, no Colégio Estadual Vila Ajambi, em Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba. No domingo, a escola foi alvo de arrombamento e depredação, que deixou a comunidade revoltada. Por enquanto, os alunos estão tendo aulas em apenas meio período, até o recreio, para que no restante do horário possam ser feitos os reparos de que o colégio necessita.
A partir da semana que vem, alarmes começarão a ser instalados. Outra medida de segurança que a escola poderá adotar é o serviço de um vigilante. O funcionário seria cedido pela prefeitura de Almirante Tamandaré, já que não há este cargo no quadro de funcionários do estado.
Colégios públicos da região fizeram repasses de merenda para o Vila Ajambi. Nos próximos dias, a Secretaria Estadual de Educação vai enviar um suprimento extra para repor os alimentos destruídos durante o arrombamento. A direção do colégio também começa a recuperar arquivos de computador com informações da documentação escolar de cerca de mil estudantes.
Enquanto essas medidas são tomadas, professores e alunos tentam esquecer o episódio. O que é difícil, muitas vezes, pelo sentimento de medo que ainda toma conta dos estudantes e, até mesmo, pelo forte cheiro de óleo de sardinha que permanece em algumas salas da escola. "Estamos com medo que isso possa acontecer novamente", comenta a estudante Ivonéia de Lara Godoy, 15 anos.
Vândalos
A Polícia Civil identificou, ontem, quatro adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, apontados como integrantes do grupo que arrombou o colégio. Além deles, Edemilson Borges Camargo, de 19 anos, e outro adolescente já tinham sido identificados e interrogados pela polícia. O delegado de Almirante de Tamandaré, Gutenberg Luz Ribeiro Neves, solicitou a internação dos adolescentes. Um dos garotos foi encaminhado para a delegacia de Rio Branco do Sul. Gutemberg também pediu que um mandado de prisão seja expedido contra Camargo.
Violência
A depredação não foi novidade para a direção da escola, nem para a comunidade. Só o colégio foi arrombado quatro vezes neste ano. Os comerciantes das imediações, por sua vez, já perderam as contas de quantas vezes tiveram seus estabelecimentos invadidos.
"A violência aqui é demais, todo fim de semana tem um morto. Esses dias mesmo, um rapaz estava sentado aqui na frente, à noite. Quando cheguei de carro e coloquei o farol em cima dele, percebi que tinha levado um tiro no olho. Ele morreu", conta um comerciante que preferiu não se identificar.
Outro comerciante viveu momentos de terror há alguns meses. "Enquanto um garoto roubava o meu estabelecimento, em cima, aonde moro, dois ficavam chutando a porta. "Eu tenho três filhos, eles ficaram chorando o tempo todo, com medo", afirma. De acordo com a Polícia Civil de Almirante Tamandaré, a Vila Ajambi não é um dos locais mais perigosos do município.
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