Alunos dos cursos de Medicina não podem mais fazer aulas práticas no Instituto Médico Legal do Paraná (IML), em Curitiba. A determinação partiu do diretor-geral do órgão, Porcídio Vilani, no final de 2011, mas somente na manhã de ontem os alunos se depararam com a proibição.
Segundo Vilani, a decisão foi tomada porque o instituto vinha recebendo inúmeras queixas de pacientes sobre o comportamento dos estudantes. Uma das reclamações é de que os alunos que acompanhavam exames ginecológicos realizados em casos de abuso sexual, por exemplo faziam comentários que constrangiam as pacientes. Há queixas também de mau comportamento nas salas de espera, de que os universitários usavam os assentos e deixavam idosas e grávidas esperando pelas consultas em pé.
Segundo a Faculdade Evangélica, os alunos que chegaram ontem para as aulas práticas ficaram surpresos com a proibição. Alguns comentaram que a falta de aulas de Medicina Legal no instituto poderia afastá-los ainda mais da carreira de médico legista, já que a prática ficaria desconhecida.
A presidente da Associação dos Médicos Legistas do Paraná, Maria Letícia Fagundes, afirma que a proibição irá causar um déficit no aprendizado. "Se você perguntar para todos os profissionais da área que se formaram, todos passaram pelo IML, porque a prática só se aprende praticando", afirma. Segundo ela, um aluno quando vai para o IML já está no quinto ano de Medicina. "É praticamente um médico. Por isso acho improvável esse tipo de comportamento."
Em comunicado enviado à imprensa pela Faculdade Evangélica, a professora titular de Medicina Legal da instituição, Marilda Guimarães, rebateu a informação de que houve reclamações sobre o comportamento dos estudantes. "Acho estranho dizerem que os pacientes reclamam, pois sempre antes de uma consulta é perguntado se eles autorizam que os alunos fiquem na sala. A maioria entende. Os alunos ficam com respeito e quando têm que sair, saem com respeito", disse, segundo o texto.
Para o diretor-geral do IML, uma possível solução para o problema seria que as faculdades e universidades criassem um manual de conduta para os alunos. As normas seriam estabelecidas pela academia e, em seguida, apresentadas ao diretor para aprovação.
O objetivo é coibir qualquer atitude equivocada dos estudantes e proteger os pacientes que, muitas vezes, buscam o órgão em um momento de sofrimento, explicou Vilani. Já entidades médicas defendem maior comunicação com a direção do IML para solucionar o impasse.
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