Com a queda nas temperaturas, a tendência é de aumento no número de casos de meningite bacteriana, alertam os especialistas em infectologia. O motivo não é o frio em si, mas a tendência que as pessoas têm de se aglomerar em locais fechados e com pouca circulação de ar em dias gelados, favorecendo o contágio. Neste ano, no Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registrou 40 casos de meningite meningocócica, tipo mais grave da doença, trasmitido por bactérias. O diagnóstico tardio pode acabar em morte: somente em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, três pessoas (uma mulher e duas crianças) morreram em decorrência de meningite em 2006.
"A meningite é uma doença endêmica, ocorre o ano todo. Mas no outono e inverno os casos se tornam mais freqüentes, por causa da aglomeração. As pessoas respiram um ar viciado", explica a coordenadora de doenças imunopreveníveis da Sesa, Nilce Haida. O alerta vale principalmente, diz ela, para os pais que costumam levar os filhos pequenos para dormir no quarto junto ao casal. "Os adultos jovens carregam o agente bacteriano na garganta e não desenvolvem a doença, mas a transmitem", informa. No ano passado, a secretaria recebeu um total de 203 notificações de meningite bacteriana 65% dos casos eram de meningite B, 32% de meningite C, e o restante era de outros tipos da doença.
De acordo com a pediatra Heloísa Giamberardino, coordenadora do serviço de infectologia do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, a meningite transmitida por meningococo é a que mais preocupa, por causa da rápida evolução da doença e da alta letalidade. "Conforme a faixa etária, a mortalidade chega a 40% dos casos. Quanto mais nova a criança, maior o risco", diz. Prevenir a meningite é motivo de preocupação, explica Heloísa, principalmente para quem tem em casa crianças abaixo dos 5 anos.
A médica aconselha que os pais que tenham condições financeiras se informem sobre a possibilidade de vacinar a criança, o que só é feito com indicação do pediatra e pela rede particular de atendimento de saúde. "O número de doses varia conforme a idade da criança, normalmente são três doses para menores de 1 ano, que é a faixa etária que exige maior cuidado", informa a coordenadora do Pequeno Príncipe. Uma dose da vacina contra meningite tipo C custa em torno de R$ 120, segundo centros particulares de vacinação. A vacina para meningococo AC custa cerca de R$ 60. Para o tipo B, que tem maior incidência, ainda não há vacina. Na rede pública de saúde, explica Nilce Haida, a vacina para meningite só é oferecida para pacientes a partir de 1 ano de idade, em casos especiais de referência médica. "Mas existe uma tendência de que em breve a vacina da meningite C também entre para o quadro de vacinação básica", afirma.
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