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O Relatório Mundial de Drogas do Unodc indicou uma tendência global no aumento do consumo de anfetaminas. Em 2005 e 2006, o Brasil foi apontado pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) como o maior consumidor mundial dessas substâncias com finalidade emagrecedora: 9,1 doses diárias para cada 1.000 habitantes.

Para fiscalizar e acompanhar as características de uso desses medicamentos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou, em 2007, o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). Segundo o primeiro relatório do sistema, divulgado em março deste ano, são 38.500 estabelecimentos (3.762 no Paraná) no país a controlar a entrada e a saída de medicamentos como o cloridato de sibutramina; os psicotrópicos anorexígenos anfepramona, femproporex e mazindol; e os cloridratos de fluoxetina (antidepressivo) e metilfenidato (estimulante do sistema nervoso central utilizado para o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade).

Os primeiros resultados mostraram que a população brasileira consumiu menos anfetaminas no ano passado em comparação com os dados da Jife de 2005 e 2006, mas muitos medicamentos têm tido seu uso deturpado, como o antidepressivo cloridato de fluoxetina, que tem sido prescrito em associação com outros remédios anorexígenos, o que indica uso para emagrecimento.

Prescrição

A presidente regional da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Victória Borba, reforça que a prescrição indevida de medicamentos tem sido feita por médicos não especialistas e que os pacientes precisam checar o profissional antes de se consultarem. "É a mesma lógica da cirurgia plástica. É preciso procurar um profissional titulado, com boas indicações e, de preferência, da Sociedade de Endocrinologia. Cuidados como esses diminuem muito o risco do uso banalizado de medicamentos para emagrecer".

Ela frisa ainda que os remédios autorizados para o combate à obesidade não devem ser marginalizados. "Na dose certa, eles são importantíssimos para o tratamento de pessoas obesas, hoje com tão poucas opções".

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