Faltando quase uma semana para o fim do prazo estabelecido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para que os Centros de Formação de Condutores (CFCs) tenham simuladores de direção veicular, até o momento, nenhuma das 900 autoescolas do Paraná adquiriu o equipamento.
Em razão da existência de apenas uma empresa fornecedora homologada no mercado, a Federação Nacional das Autoescolas (Fenauto) e os sindicatos estaduais da categoria estão orientando empresários a não comprar o simulador. Diante do problema, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) admitiu, em nota, a possibilidade de prorrogação do prazo, inicialmente fixado em 30 de junho.
Segundo a nota, divulgada no site do Denatran, a proposta de adiamento da cobrança dos simuladores de direção na formação de condutores da categoria B será discutida na próxima reunião do Contran, ainda neste mês de junho. "O projeto de uso dos simuladores de direção veicular na formação do condutor é irrevogável, entretanto, sua implantação deve respeitar critérios de razoabilidade, considerando a realidade dos CFCs de todos os estados e do Distrito Federal", diz o órgão.
Concorrência
O presidente do Sindicato dos Proprietários de Centros de Formação de Condutores do Paraná, Justino Rodrigues da Fonseca, afirma que as autoescolas paranaenses "não compraram e não vão comprar" o simulador, enquanto não houver mais empresas homologadas no mercado. "Precisamos de concorrência de mercado, a orientação é para esperar. Aliás, falta um estudo pedagógico nesse projeto deles [Contran]", critica. De acordo com a assessoria de imprensa do Denatran, atualmente, apenas o simulador de direção da Prosimulador, de São Paulo, é homologado pelo órgão. Embora não fale em prazos, o Denatran afirmou que mais duas empresas já foram certificadas e estão em fase de homologação.
Enquanto isso não ocorre, cautela é a orientação do presidente da Fenauto, Magnelson Carlos de Souza, às autoescolas. "A tendência é que o prazo seja prorrogado, só não sabemos para quando. O simulador é interessante porque ajuda a explorar condições adversas, como uma criança ou um idoso passando na frente do veículo, e avaliar a reação do condutor antes que ele vá para a rua." Com o acréscimo de 5 horas de aula com o simulador à carga horária de 45 horas teóricas e 20 horas práticas já exigida pelo Denatran, Souza admite um encarecimento da primeira habilitação. "Um simulador custa de R$ 30 a 35 mil, mas tem empresas que preferem alugar. Seguramente ficará mais caro, não pelo preço do equipamento, mas porque há acréscimo da carga horária."