Uma denúncia anônima levou à prisão de Marco Antônio Pionkevicz, 33 anos, acusado de ter atropelado anteontem a professora aposentada Olinda Lewandoski Brakeski, 82 anos, e da neta Stephany Drabeski Cordeiro, 7 anos, em acidente na Rua Eduardo Carlos Pereira, no bairro Novo Mundo. A Polícia Militar chegou a Pionkevicz 24 horas depois do atropelamento.
Pionkevicz foi encontrado na Avenida Camilo Castelo Branco, na Vila Lindóia, por volta das 11h30, e, segundo um dos policiais militares que efetuou a operação, não houve resistência. A versão do envolvido é a de que ele estava indo trabalhar. Após o acidente, saiu do carro, verificou as condições das vítimas e, ao ver que estavam mortas e que havia muitas pessoas no local, resolveu abandonar o veículo e fugir a pé. Ele ainda informou na 8.º Delegacia que tinha havido um acidente na via rápida do Portão, sentido Centro.
Para o superintendente da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), Wilson dos Santos, "a pessoa só foge do local do acidente quando há perigo de linchamento, em região de favela, por exemplo. Essa versão, pessoalmente, soa como mentira", afirma. O acusado estava dirigindo sem carteira e ainda não está provado que ele seja o proprietário do Volvo, placas ABE-1818. Pionkevicz diz possuir recibo de compra e venda, mas uma equipe do Dedetran fará uma busca em sua residência para averiguação. Sob acusação de homicídio doloso pelo Código Penal, ele está sujeito a pena de 6 a 20 anos.
Agora, o acusado será encaminhado para o Centro de Triagem, em Piraquara, onde aguardará julgamento. O superintendente lembra que as investigações continuam para o levantamento das informações que indicavam um possível racha. "Testemunhas viram dois veículos em fuga", lembra Santos, "mas ainda não temos os fatos."
Pionkevicz, conhecido como "Kiko", é dono de uma oficina mecânica e de um bar no bairro Fazendinha. Sua ficha policial tem seis inquéritos. As irmãs o acusaram da morte do pai, Orlando Pionkevicz, em 2004, para ficar com os bens da vítima. Ainda há contra ele quatro processos de receptação de carros entre 2002 e 2004 e um flagrante de furto de caminhonete, em 2005, que lhe rendeu uma prisão por 60 dias. O delegado Rubens Recalcati, da Delegacia de Furtos e Roubos, comenta que Pionkevicz é investigado há mais de dois anos, quando esteve envolvido em roubos de caixas eletrônicos.
Família
"O fato de Pionkevicz estar preso não vai amenizar a dor da nossa família, pois é uma perda irreparável, mas fico feliz em saber que está sendo feito justiça, ao tirar das ruas e do meio social uma pessoa que poderia causar futuras vítimas", comentou o neto da vítima, Nilton Luiz Drabeski. Mesmo com a prisão, a família diz que vai continuar uma investigação paralela, com os moradores do local, para descobrir o que realmente aconteceu.