A principal suspeita das autoridades para a explosão que deixou sete feridos em São Cristóvão, zona norte do Rio, é de que o acidente foi provocado por um vazamento de gás, provavelmente de um botijão.
A explosão ocorreu por volta das 3 horas da madrugada desta segunda-feira (19) e teve reflexos em 40 imóveis da região. Três imóveis comerciais - uma pizzaria, um restaurante e uma drogaria - e ao menos 14 quitinetes ficaram totalmente destruídos.
Segundo informações coletadas no local do acidente, a pizzaria, o restaurante e as casas utilizavam gás de botijão. Os bombeiros retiraram dos escombros ao menos oito vasilhames de gás de 13 quilos, o tradicionalmente utilizado nas residências do Rio.
De acordo com o secretário municipal de Defesa Civil, Márcio Motta, dois grande botijões, de 45 quilos, foram retirados intactos dos escombros da pizzaria. “Ainda não é possível precisar de onde partiu a explosão”, afirmou.
O Rio tem histórico de explosões causadas pelo mau uso dos botijões de gás. Em maio, um alemão morreu após seu apartamento explodir em São Conrado, zona sul da cidade. Em outubro de 2011, quatro pessoas morreram após explosão em um restaurante no centro do Rio.
Fiscalização
Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, Ronaldo Alcântara, que estava no local do acidente, estabelecimentos podem usar botijões ainda que a via onde funcionam seja servida por gás canalizado.
É o caso da rua onde houve a explosão. De acordo com a Ceg, empresa que detém a concessão para a distribuição do gás encanado no Estado do Rio, a região de São Cristóvão é atendida pela rede, mas nem os imóveis comerciais ou a vila de casas eram seus clientes.
A questão é que o gás de botijão é mais barato e não necessita de instalação específica. O gás encanado demanda que o cliente arque com os custos de instalação a partir do relógio medidor de consumo.
Os bombeiros são responsáveis por fiscalizar as instalações no Estado. O comandante dos bombeiros, Ronaldo Alcântara, admitiu que a fiscalização ainda é deficiente.
“Infelizmente, as pessoas acumulam vasilhames [botijões] sem autorização. Não há fiscalização. Nós aumentamos em doze vezes o número de fiscalizações no estado do Rio de Janeiro, mas não conseguimos constatar quando alguém leva um vasilhame de forma não autorizada”, disse.
Bombeiros e Defesa Civil ainda não sabem se os donos dos estabelecimentos atingidos pela explosão seguiam a legislação vigente. A Polícia Civil vai apurar as causas do acidente.
Na tarde desta segunda os Bombeiros ainda buscam por vítimas nos escombros, mas Alcântara considera improvável que ainda haja alguma pois não houve queixas de parentes. O trabalho dos Bombeiros deve durar até pelo menos o fim do dia de terça-feira.