O avião de pequeno porte que explodiu, na Bahia, na semana passada, teria batido em uma árvore, aproximadamente um quilômetro antes da chegada no aeroporto privado de um resort, em Trancoso. Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", publicada neste sábado (30), essa informação foi obtida após a conclusão da análise da caixa-preta. Depois da colisão, a aeronave teria voado desgovernada por cerca de 800 metros, até cair nas proximidades da pista de pouso. Catorze pessoas morreram. A reportagem diz que os peritos chegaram a cogitar a hipótese de falha no motor, pois as hélices encontradas nos destroços apresentavam diferentes deformidades. Mas a gravação da caixa-preta não indica essa possibilidade. Os dois motores passam por avaliação em São José dos Campos (SP).
Os técnicos ainda não sabem o motivo do choque com a árvore. Uma das possibilidades é de que o acidente seja classificado como CFIT (sigla em inglês para Colisão com o Solo em Voo Controlado), a segunda mais frequente na aviação geral (táxi aéreo e jatos executivos). Outra informação importante obtida com a degravação da caixa-preta é em relação às condições meteorológicas do dia do acidente. Testemunhas teriam dito que a chuva não contribuiu para a queda do avião, mas a gravação mostrou que a tripulação foi alertada sobre o aumento da chuva, em um dos contatos com o aeroporto baiano.
Sobrevoo
Ainda de acordo com o jornal, na quarta-feira (27), militares do Serviço Regional de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), sediados no Recife, voltaram ao local do acidente, depois de serem informados sobre o conteúdo da caixa-preta. Eles teriam feito um sobrevoo na área e refeito o provável percurso da aeronave, a pé.
A reportagem diz que os investigadores constataram que a árvore com a qual o avião bateu fica em um morro. As árvores da região estão dentro do "gabarito de segurança" e não teriam interferência nas operações.
Acidente
O avião, de fabricação americana, explodiu ao cair nas proximidades da pista de pouso de um resort, em Trancoso. No total, 14 pessoas morreram. Entre as vítimas, estavam o dono da aeronave, o empresário paulista Roger Wright, a mulher, dois filhos e três netos.
O piloto chegou a entrar em contato com a torre de comando pedindo autorização de pouso. A falha na iluminação era uma das hipóteses apontadas para o acidente, mas a Aeronáutica descartou que esse tenha sido o motivo do acidente. A primeira mulher de Roger Wright morreu no acidente com o Fokker 100 da Tam, no ano de 1996. Barbara Cecilia Luchsinger Wright estava entre os passageiros do voo 402, que caiu minutos após a decolagem no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
O piloto da aeronave era Jorge Lang Filho, de 56 anos, considerado muito experiente pelos colegas. O filho dele ajudará nas investigações. De acordo com a Aeronáutica, a aeronave havia acabado de passar pela inspeção anual de manutenção.
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