Ao declarar que seu partido não deve buscar a presidência da Câmara em "vôo solo"’, o peemedebista Geddel Vieira Lima refletia uma série de conversas que teve com os petistas Arlindo Chinaglia, Jaques Wagner e Tarso Genro. O trio busca atraí-lo com a proposta de apoiar Chinaglia e receber um ministério, que viria com a bênção do governador eleito da Bahia. As conversas vazaram. Correligionários de Geddel, como Jader Barbalho, mandaram avisar que não aceitam cargos – especialmente para os outros – em troca do direito que a bancada julga ser seu de indicar o presidente da Câmara. Este, por sua vez, está furioso com Tarso Genro. Aldo Rebelo (PC do B) quer um encontro com Lula logo no início da semana.

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Renascidos 1 – O Campo Majoritário do PT, que viu sua hegemonia abalada uma vez revelado o mensalão, tenta se recompor sob orientação de José Dirceu e de aliados da ex-prefeita Marta Suplicy. Na segunda, os integrantes do grupo se reúnem para selar a indicação de Chinaglia para a presidência da Câmara. Renascidos 2 – O grupo também já tem seu nome preferido para a disputa da liderança do partido na Câmara: Luiz Sérgio (RJ), um dos mais aplicados defensores do ex-chefe da Casa Civil durante o processo de cassação. Balcão – Em desvantagem em relação a PMDB, PSDB e PFL, o PT abriu discreta campanha de filiação de senadores. Está prestes a fechar a adesão de Augusto Botelho (PDT-RR) e negocia com outros três parlamentares. Sob medida – Está pronto parecer da secretaria-geral do Senado segundo o qual valerá, para o cálculo da maior bancada da Casa, o critério defendido por Renan Calheiros (PMDB-AL): o retrato dos partidos no dia da eleição da Mesa, e não quando da diplomação de cada um dos senadores, como reivindica o PFL. Ocupação – Sem mandato a partir de janeiro, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), foi destacado por Michel Temer para elaborar uma proposta de reforma tributária a ser entregue ao Planalto. Vade retro – Em artigo no site do PT, o dirigente da sigla Valter Pomar diz que defender a não-interferência do Planalto na Radiobrás, como tem feito o presidente da estatal, Eugênio Bucci, é o mesmo que reivindicar a independência do Banco Central.

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Equilibrista – Jorge Viana classifica como "erro" citar as licenças ambientais como entraves para o crescimento, como fez Lula, mas diz não ver crise entre a ministra do Meio Ambiente, sua conterrânea Marina Silva, e o presidente. "Eles vão sempre estar lado a lado. Já, já essa onda passa", diz o governador do Acre.

Malhação – Ciro Gomes (PSB- CE), que voltou à velha forma ao torpedear a aliança Lula-PMDB, tem dito em tom de brincadeira que vai contratar "um personal trainer para controlar a língua". Seletivo – Antes do bate-boca com Jutahy Magalhães (BA) na Executiva do PSDB, Tasso Jereisati (CE) já havia dito que FH e Aécio Neves são contra a adesão de tucanos a governos de partidos adversários. Jutahy fez que não ouviu essa parte da conversa. Sovina – O PFL, que integrou a chapa de Geraldo Alckmin, foi modesto na doação de recursos ao tucano. O direção nacional colaborou com R$ 230,5 mil, menos que a média de gastos para uma campanha de deputado federal. Superpasta – No projeto da equipe de transição de José Serra, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, pasta que ainda depende do aval do governador eleito para sair do papel, abrigaria as duas maiores empresas do governo paulistas: CDHU e Sabesp.

TIROTEIO

* Do deputado Eduardo Sciarra (PFL-PR) sobre a aprovação do projeto de reforma agrária de Evo Morales pelo Congresso da Bolívia, com a mudança de voto inesperada de três senadores:

– Pelo jeito, dentro de sua proposta de integração da América Latina, Lula exportou o mensalão para o companheiro Morales.

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