Londrina - Pouco mais de um ano depois de registrar pela primeira vez a presença da bactéria Klebsiella, o Hospital Universitário (HU) de Londrina voltou a fechar o pronto-socorro e a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelo mesmo motivo. Desta vez, são 27 pacientes infectados pela KPC (klebsiella produtora de carbapenemase), em diversos setores da instituição. A direção restringiu ainda a visita aos internados e deve promover uma grande limpeza nas alas afetadas.
Entre os 27 infectados estão homens, mulheres e uma criança recém-nascida, que foi contaminada pelo contato com a mãe. Todos estão isolados, cada um em um setor e, de acordo com a direção do HU, nenhum dos pacientes desenvolveu infecções a partir da klebsiella. "Desta vez é uma bactéria agressiva que produz uma enzima capaz de cortar a ação do carbapeneme, que é um grupo de antibióticos", explicou a diretora clínica, Denise Akemi Mashima.
Denise afirmou que a klebsiella, que entrou no HU no ano passado por meio da transferência de um paciente de Goiás, desenvolveu resistência aos medicamentos que deveriam combatê-la. Desde que a bactéria foi descoberta no HU, não chegou a ser exterminada, mas controlada. "Ela não desapareceu, mas perdeu o aspecto de transmissão para muita gente", explicou. Segundo ela, esse tipo de organismo já é resistente, e pode sofrer mutações quando transmitido de uma pessoa a outra.
Como a bactéria sempre esteve presente no hospital desde que foi descoberta, o fechamento das unidades foi cogitado depois que o número de pacientes infectados começou a aumentar. "Na última sexta-feira eram 16 pacientes. Hoje [ontem] foram registrados 27", contou a superintendente, Margarida Carvalho. Ela disse que os antibióticos usados para combater o organismo estão sofrendo resistência em apenas um paciente: um homem com uma "patologia neurológica irreversível", que está em fase terminal.
Controle
A transmissão da bactéria só é realizada por contato entre as pessoas ou pela saliva. Margarida afirmou que passam pelo hospital 5 mil pessoas por dia, além de uma média de 200 pacientes atendidos. Quando manifestada no organismo, pode ocasionar diversos tipos de infecções, principalmente respiratórias e urinárias: pneumonia e infecção na urina. "Se a imunidade estiver baixa, o paciente pode desenvolver infecções graves", disse.
O procedimento de controle passa agora pela limpeza de todo o hospital, que pode demorar. No ano passado, a instituição chegou a ficar um mês fechada.
Uma reunião amanhã vai reavaliar a situação. Enquanto isso, as opções para atendimento são os hospitais Zona Norte e Zona Sul. "Esperamos que eles façam um número maior de atendimentos", declarou o secretário.
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