Londrina O aparecimento de bactérias obrigou o Hospital Universitário (HU) de Londrina (no Norte do estado) a interditar as unidades de Terapia Intensiva (UTI) e de Cuidados Intensivos (UCI) Neonatal. As unidades estavam superlotadas desde o fim do mês passado, quando o Hospital Infantil reduziu de dez para cinco o número de leitos para o atendimento de recém-nascidos. Essa situação pode ter provocado o aparecimento das bactérias.
De acordo com Cláudia Carrilho, chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HU, juntas, a UTI e a UCI possuem espaço para 17 leitos, mas atualmente estão internados 20 bebês. "É uma necessidade, pois não há condições de atender toda a demanda existente. Acabam sendo colocados mais bebês do que a capacidade", explica.
Cláudia informou que o processo de desinterdição das unidades deve levar, pelo menos, 30 dias. "Essa bactéria é muito resistente. Esse surto não vai ser resolvido facilmente", disse. Ela garantiu que nenhum dos bebês corre risco de morte, mas todos estão em condições delicadas. Não há confirmação da doença, mas quatro apresentam sintomas de pneumonia.
Entre as providências tomadas pela comissão do HU estão a limpeza geral das unidades e a restrição de entrada e processos de descolonização, além do combate da bactéria.
Com a interdição, a crise da falta de leitos em UTI em Londrina alcançou níveis nunca vistos. Um exemplo é o Hospital Evangélico (HE), que possui capacidade para 12 leitos, mas está com 13 bebês. A direção precisou pedir equipamentos e mobiliário a outros hospitais para poder acomodar o excesso.
A situação ainda pode se agravar, em razão de dez gestantes internadas no HE, que podem ter crianças prematuras e necessitar de cuidados especiais. Entre as mães há uma gestação de gêmeos e outra de trigêmeos.
O nascimento das crianças pode provocar o remanejamento delas para outras cidades do estado. Segundo a diretora da 17.ª Regional de Saúde, Sônia Maria de Almeida Petri, a situação é complicada, mas todos os serviços estão em alerta para receber crianças que precisem de UTI. "O que fizemos é um pedido de barrar qualquer internação vinda de fora para Londrina. E daqui vamos remanejar para outras localidades", disse.
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