Salvador - A região Nordeste tem 7,4 mil desabrigados por causa das chuvas dos últimos nove dias. Em Sergipe, 4,2 mil pessoas estão desabrigadas em decorrência das chuvas que atingem o estado desde o dia 10 de abril; uma pessoa morreu. Na Bahia, segundo a Defesa Civil do estado, o número de desabrigados chega a 3,2 mil pessoas. Outras 7,4 mil estão desalojadas (em casas de amigos ou familiares). O estado também registrou cinco mortes e 379 feridos. Salvador é a cidade com mais prejuízos por causa da chuva: duas crianças morreram, 28 pessoas ficaram feridas e há 534 desalojados e 215 desabrigados.
Depois de nove dias seguidos de chuva, o sol voltou a aparecer ontem à tarde em Salvador e no Recôncavo Baiano. Para o fim de semana, no entanto, estão previstas novas pancadas de chuva, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Mesmo com a melhora do clima, mais quatro cidades do estado decretaram situação de emergência ontem. No total, são 31, incluindo Salvador. O motivo é a água acumulada no solo, que ainda causa deslizamentos e desabamentos de imóveis. A Defesa Civil da capital baiana, por exemplo, registrou entre a meia noite e o fim da tarde de ontem 360 ocorrências, das quais 157 deslizamentos de terra e 18 desabamentos parciais ou totais de imóveis.
O prefeito da capital, João Henrique Carneiro, admite que o município não tem capacidade para enfrentar os problemas causados pelo acúmulo de água. Nos primeiros 16 dias do mês, choveu 543,6 milímetros (média dos oito postos de medição da Defesa Civil na cidade), quando o esperado para todo o mês seriam 326,2 milímetros.
Em Sergipe, os desabrigados foram levados para escolas das redes municipais e estadual e têm necessidade de alimentos, roupas, colchões, kits de higiene pessoal e limpeza. A Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social informou que vai lançar na segunda-feira uma campanha estadual para arrecadação de donativos para os desalojados e desabrigados. As doações serão recebidas no ginásio de esportes Constâncio Vieira, em Aracaju. A distribuição terá como critério a necessidade de cada município. Até o momento, as cidades de Carmópolis, São Cristóvão, Pacatuba, Ilha das Flores e Neópolis já decretaram situação de emergência.
Rio
No Rio de Janeiro, cerca de 50 beneficiários de penas alternativas começaram a trabalhar nas demolições em áreas de risco, após acordo celebrado entre a prefeitura da capital e o Tribunal de Justiça do Estado. As oito horas obrigatórias de trabalho social, uma vez por semana, serão abatidas em dobro no cumprimento da pena. O grupo começou a trabalhar no Morro do Urubu, em Pilares e o número de detentos deverá chegar a 300 nos próximos dias. Em todo o estado do Rio, 253 pessoas morreram por causa das chuvas da semana passada.