O Centro Múltiplo Uso, que será implantado até maio de 2008, no Bairro Novo, em Curitiba, terá duas piscinas públicas aquecidas e de acesso gratuito. A idéia é tentar diminuir a escassez do serviço, pois as já existentes não conseguem suprir a demanda. "As piscinas da Osvaldo Cruz e da Ouvidor Pardinho já estão lotadas, não têm mais horários", comenta o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Augusto Canto Neto. O novo complexo, que custará R$ 3,85 milhões aos cofres do município, deverá atender cerca de mil pessoas por dia, segundo estimativas da prefeitura.
De acordo com o edital de licitação publicado no último dia 9, o Centro ficará na Rua Marcolina Caetana Chaves, número 150. O complexo terá 2.645 m2 de edificação e 517 m2 de piscinas. O projeto prevê vestiários, duas piscinas aquecidas e duas áreas de múltiplo uso para aulas teóricas, palestras, ginástica e aquecimento. Uma das piscinas será semi-olímpica, com 25 metros de comprimento, oito raias e 1,3 metro de profundidade. A outra terá 10 por 10 metros e 1,1 metro de profundidade, e será utilizada para hidroginástica e aprendizagem infantil.
Em geral, moradores e comerciantes do Bairro Novo gostaram da notícia. Alguns, contudo, têm ressalvas. "Acho muito bom, mas precisa ter quem cuide das piscinas e cobrar alguma taxa para que não entre qualquer um", diz a estudante Fernanda Xavier, 19 anos. Para Roberto Carlos Rosa, 33 anos, a idéia é ótima, mas uma taxa mínima deverá ser cobrada. Já o comerciante César Teixeira, 32 anos, acha que o serviço tem de ser gratuito. "Tudo que for benfeitoria para o bairro é bom, mas tem de ser público, como o nome já diz, e claro, de graça", afirma.
Segundo a prefeitura, o nadador Gustavo Borges prestou assessoria na elaboração do projeto. Agora, estuda-se a possibilidade de ele ajudar na coordenação do complexo. "Até agora, ele nos deu orientação espontânea. A coordenação está em estudo. Depende se vai ter custo ou não", diz o prefeito Beto Richa.
De acordo com Richa, a principal intenção é levar esporte e lazer à população. "A idéia é priorizar as camadas mais pobres da população. Vamos dar oportunidade a muitas crianças, adultos e idosos de freqüentar uma piscina, coisa que muitas vezes não teriam uma oportunidade em toda a vida", afirma o prefeito. "Esportes aquáticos, de forma geral, são elitizados. Este projeto tem total âmbito inclusivo", complementa o sócio-proprietário das Academias Gustavo Borges, Renato Ramalho.
Também em 2008, outros dois complexos semelhantes deverão ser licitados para os bairros Boa Vista e Cajuru, com recursos provenientes do BID III (novo empréstimo que vem sendo negociado pela prefeitura junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento). Na seqüência, a prefeitura estuda estender o programa para as demais regionais da cidade.
